Exército Republicano Irlandês (IRA)

Por Antonio Gasparetto Junior

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

Categorias: História da Europa
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O Exército Republicano Irlandês foi fundado em 1919 com o nome inglês original Irish Republican Army, de onde vem a sigla mundialmente conhecida IRA. Naquela época, um grupo de homens católicos se reuniu militarmente para se opor à anexação da Irlanda do Norte ao Reino Unido. A Primeira Guerra Mundial terminara a pouco, deixando um rastro de grandes prejuízos e mortes na Europa, mas conflitos ainda estariam a caminho. Por sinal, o século XX seria caracterizado pelo grande número de conflitos armados e ideológicos que colocariam em risco a vida de milhões de pessoas ou mesmo tirariam a vida de milhões de pessoas. A divisão da Irlanda, a anexação de uma parte ao Reino Unido e o desequilíbrio religioso eram questões que estavam em voga para os homens que se reuniram em armas.

O elemento que mais marcou a luta do Exército Republicano Irlandês foi o religioso. O imperialismo britânico de longa data implicou na ampliação do protestantismo em suas áreas de dominação e influência, relegando pouco espaço para os católicos. Com isso, logo surgiram os preconceitos e as intolerâncias, levando ao conflito entre os dois grupos. O IRA formou-se como um grupo paramilitar fundamentalmente religioso que lutaria por mais espaço para os católicos. A grande maioria de protestantes no Reino Unido permitia que eles tivessem mais poder em decisões políticas em geral, sufocando as manifestações e as vontades católicas. Porém, naturalmente, o Reino Unido não abriria mão do território da Irlanda no Norte. Em contrapartida, teria que arcar com as ameaças dos paramilitares católicos e, com o passar do tempo, com os ditos terroristas separatistas.

De fato, o IRA recorreu a métodos terroristas como ataques a bomba e emboscadas com armas de fogo para se manifestarem contra o imperialismo cultural britânico. Em geral, o alvo desses ataques eram políticos que defendiam a união, representantes de modo geral do governo britânico e, claro, protestantes. No entanto, suas ações em locais públicos vitimaram também vários civis. Ao longo de sua história, o IRA manteve relações com outros grupos nacionalistas da Irlanda e com o partido de extrema direita Sinn Fein. As medidas extremas defendidas através dessa aproximação causou grande número de mortes no Reino Unido.

Durante todo o restante do século XX, o IRA permaneceu vivo e atuante, embora suas ações tenham decaído consideravelmente. Finalmente, em 2005, o Exército Republicano Irlandês anunciou o fim da luta armada e que entregaria todo seu armamento. A entrega das armas chegou ao fim no dia 26 de setembro de 2005. Seria o fim oficial de um dos mais notáveis grupos separatistas do século XX e responsável por muitos ataques terroristas e mortes de civis. Sem dúvida, a medida tomada por seus líderes foi um grande avanço para a humanidade, representando melhor expectativa no sentido da paz. No entanto, a decisão de interromper os ataques e a luta armada não era unanime. Dissidentes da solução pacífica das questões políticas ainda tentam conquistar vitórias através de atentados. Felizmente, suas ameaças têm sido infrutíferas nos últimos anos.

Fontes:
http://www.revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/view/6264
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142002000100002&script=sci_arttext
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/16049

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