Guerra dos Cem Anos

Por Fernanda Paixão Pissurno

Mestra em História (UFRJ, 2018)
Graduada em História (UFRJ, 2016)

Categorias: História, História da Europa
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A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) foi uma longa série de conflitos entre a Casa de Plantageneta - reinante na Inglaterra - e a Casa de Valois - soberana de França - a respeito da sucessão do trono deste último reino. Tudo começou em 1328, quando faleceu o rei Carlos IV de França. Apesar de ter se casado três vezes, ele não tivera nenhum filho homem que sobreviveu; isso significava, de acordo com as leis e costumes do reino francês, que o trono deveria passar para o parente mais próximo do sexo masculino. Na época, ele era o rei de Inglaterra, Eduardo III, filho da princesa francesa Isabella, irmã de Carlos IV; contudo, se considerado apenas o parentesco por via masculina, o parente homem mais próximo do falecido monarca era seu primo Felipe, conde de Valois, que acabou por angariar maior apoio e ser coroado como o próximo rei.

Árvore genealógica simplificada da dinastia real francesa antes da Guerra dos Cem Anos

De início, Eduardo III aceitou a ascensão de Felipe VI, mas em breve a disputa dos reis pelos territórios de Gasconha, Guiana e Ponthieu – oficialmente herdados por Eduardo III pela linha paterna Plantageneta – causou o início dos conflitos em 1337.

A primeira fase do confronto duraria até 1360. Contando com uma série de aliados cada um, tanto Felipe VI e Eduardo III procuraram atacar o território inimigo, mas as investidas de ambos eram em grande medida infrutíferas até a grande vitória inglesa na cidade de Crécy, em 1346, onde os franceses, apesar de se encontrarem em maior número, foram forçados a recuar, permitindo aos ingleses conquistar a cidade de Calais. Em 1350, Felipe VI morreu, sendo sucedido por seu filho João II; seis anos depois, na sequência da batalha de Poitiers, o rei francês foi capturado por tropas inglesas. Isso permitiu que uma paz fosse negociada, mas ela só duraria até 1359, quando Eduardo III tentou se aproveitar do descontentamento geral em França após o colapso do governo para conquistar a cidade de Chartes, apenas para ser derrotado e forçado a um novo tratado de paz.

Em 1369, o filho de João II, o rei Carlos V, iniciou a segunda fase do confronto ao tentar recuperar as perdas territoriais sofridas nas décadas anteriores, conseguindo derrotar os ingleses e estabelecendo uma paz favorável em 1375. O vitorioso monarca faleceu em 1380. A Coroa inglesa não perseguiria mais seriamente a sua pretensão ao reino de França até a ascensão de Henrique V, em 1415, que começou a terceira fase da guerra ao invadir a região de Normandia e vencer a batalha de Agincourt contra o novo rei francês, o mentalmente incapacitado Carlos VI. Os ingleses teriam a franca vantagem no confronto até 1429, quando a donzela Joana d’Arc inspirou uma retomada francesa após a vitória no cerco de Orléans, começando assim o que pode ser considerada a quarta e última fase da guerra. Mesmo após a captura e execução de Joana pelos ingleses, a França continuaria a manter sua ascendência militar na guerra nas duas décadas seguintes. Em 1449, a cidade de Rouen foi retomada, seguida por Bordeaux em 1451 e Castillon em 1453; esta última é considerada o confronto final daquela que é vista por historiadores como sendo a última guerra feudal.

Bibliografia:
http://mundoestranho.abril.com.br/historia/o-que-foi-a-guerra-dos-cem-anos/

MACEDO, Sérgio D.T. A Guerra dos Cem Anos. Rio de Janeiro: Record, 1961.

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