Plano Morgenthau

Doutora em História (UDESC, 2020)
Mestre em História (UDESC, 2015)
Pós-graduada em Direitos Humanos (Universidade de Coimbra, 2012)
Graduada em História (UDESC, 2010)

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Elaborado sob o comando de Henry R. Morgenthau Jr., Secretário do Tesouro dos Estados Unidos durante o governo de Franklin D. Roosevelt, o plano era oficialmente chamado Suggested Post-Surrender Program for Germany (Sugestão de Programa pós-rendição para Alemanha) mas ficou conhecido pelo sobrenome de seu principal autor. A proposta central do Plano Morgenthau era a ocupação da Alemanha pelos Países Aliados após a rendição desta e a destruição da capacidade bélica do país. Assim, a indústria armamentista alemã seria completamente eliminada, bem como outros setores industriais ligados à produção de armas, como o minerador. Se levado adiante, o Plano Morgenthau acabaria com toda a zona industrial da região de Ruhr.

Outras propostas do plano eram a de dividir o território alemão em dois Estados autônomos, Alemanha do Norte e Alemanha do Sul; incorporação de parte do território pela Polônia, União Soviética e França; e de internacionalização da indústria ou incorporação desta pelos países vizinhos. Como forma de pagar pelos danos causados pela guerra, Morgenthau defendia que os alemães deveriam realizar trabalhos forçados para recuperar a Europa. Era a favor ainda da reforma agrária, que dividiria as grandes propriedades em pequenas e médias.

O Plano foi elaborado em 1944 e apresentado pelo governo dos Estados Unidos em 2 de setembro do mesmo ano. Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda nazista, reagiu ao plano dizendo que "nos últimos dias, tomamos amplo conhecimento dos planos dos inimigos - o plano do judeu Morgenthau - de privar 80 milhões de alemães de sua indústria e transformar a Alemanha numa lavoura de batatas". Goebbels fez ampla propaganda contra o Plano, utilizando-se também do fato de Morgenthau ser judeu. Acredita-se que a propaganda nazista levou a dezenas de milhares de mortes de soldados britânicos e estadunidenses nas batalhas seguintes à publicação do Plano no início de setembro. Na campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos naquele ano, o oponente de Roosevelt, Thomas Dewey, criticou a divulgação do Plano, culpando-o pela força que ganharam os nazistas naquele momento.

Embora Roosevelt e Churchill, primeiro-ministro britânico, tenham assinado uma versão do Plano na Segunda Conferência de Quebec, os Aliados nunca o implementaram completamente. Harry S. Truman, presidente dos Estados Unidos a partir de 1945, rejeitou o plano, pois a Guerra Fria já se desenhava e era importante manter a Alemanha Ocidental fortalecida. No entanto, alguns dos pontos sugeridos por Morgenthau foram acatados, como a proibição da produção de petróleo e aviões e navios de guerra.

Referências bibliográficas:

http://www.dw.com/pt-br/1944-programa-morgenthau-para-a-alemanha-p%C3%B3s-guerra/a-319276

https://www.ushmm.org/wlc/en/article.php?ModuleId=10007408

http://www.fpp.co.uk/bookchapters/Morgenthau.html

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