Revolta Paulista de 1924

Graduada em História (UVA-RJ, 2014)

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A segunda revolta do movimento tenentista ocorreu em 5 de julho de 1924, dois anos após o fracasso da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. A Revolta Paulista de 1924 foi realizada sob a liderança do general Isidoro Dias Lopes. Os objetivos da Revolta Paulista eram os mesmos que da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana: voto secreto, reformas no ensino público, poder político ao exército, fim da corrupção e destituição do presidente, ou seja, lutavam pelo o fim do governo vigente na República Velha.

A Revolta Paulista ficou conhecida como o maior bombardeio ocorrido na cidade de São Paulo, diversos prédios e casas foram destruídos, principalmente em áreas operárias. A revolta contou com a participação de cerca de mil militares e perdurou por longos 23 dias. Os bombardeios ocorreram em pontos estratégicos da cidade, e entre eles estava a sede do governo estadual. Durante a revolta aproximadamente 300 mil pessoas tiveram que se deslocar da cidade de São Paulo, para proteger suas vidas. Uma das exigências dos militares era que o então presidente de estado, Carlos Campos, fosse para o interior da cidade. Por causa dessas ações dos rebeldes, Campos se viu obrigado a ausentar-se da capital para o interior do estado, zelando pela sua própria vida.

No interior de São Paulo ocorreram revoltas em menor proporção e algumas prefeituras foram tomadas pelos rebeldes. Inicialmente a liderança da Revolta Paulista tinha planejado que outros estados aderissem a seu movimento, como forma de ganhar mais visibilidade nacional. Porém somente os estados de Mato Grosso, Amazonas, Pará, Sergipe e Rio Grande do Sul apoiaram as ideias do movimento realizando ações em outros dias, mas os atos tiveram pouca representação para a Revolta Paulista.

Em 10 de julho de 1924, os tenentistas divulgaram publicamente um manifesto para deposição imediata do presidente da república Artur Bernardes e o cumprimento de reformas governamentais. Bernardes respondeu à Revolta Paulista com a organização de outra parte do exército (leal ao governo) e ordenou que aviões bombardeassem a cidade.

A Revolta Paulista que não tinha um plano de governo tão elaborado e como o movimento não possuía apelo e adesão popular, acabou chegando ao seu fim. Entre os militares revoltosos, muitos foram presos, mortos ou ficaram feridos. No final, a cidade ficou em destroços.

Os tenentistas diante dessa situação insatisfatória resolveram se dispersar para o sul do país, para os estados do Paraná e Santa Catarina onde conquistaram algumas cidades, mas sem êxito. Com o fim dessa jornada, parte dos tenentistas que restaram juntaram-se ao líder Luís Carlos Prestes, com o movimento da Coluna Prestes. A Coluna tinha as mesmas propostas políticas que a Revolta Paulista, porém possuía mais organização e idealismo, durando assim dois anos.

Referências bibliográficas:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 1995.

LINHARES, Maria Yedda (ORG.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

ARAÚJO, Bernardo Goytacazes. A Instabilidade Política na Primeira República Brasileira. Juiz de Fora: Ibérica. 2009.

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