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Os Feitos de Mem de Sá – José de Anchieta
Uma das maiores virtudes desse livro é ser considerado o primeiro poema épico da nossa literatura. Ele conta com 4 cantos nos quais se distribuem 3.058 versos. Há uma introdução na forma de louvor. O autor o compôs em versos decassílabos. O governador é o símbolo da guerra contra os indígenas e os franceses. Os nativos aqui são retratados como sinistros e maus, são espíritos mergulhados no erro que imploram para ser perdoados. Já o protagonista é a imagem da fé; ele está o tempo todo preparado para exibir o quanto é caridoso e compassivo. Quando os índios são derrotados, imediatamente tem início o mecanismo de conversão e de renúncia aos hábitos de outrora.
Poema à Virgem – José de Anchieta
Este poema foi criado pelo Padre Anchieta quando ele era cativo dos nativos tamoios. Nesta ocasião o sacerdote procurava recorrer às suas lembranças e ao imaginário para passar o tempo. Ele mesmo se entregou a estes indígenas, propondo permanecer junto a eles enquanto os líderes da tribo tentavam fazer um acordo com os portugueses na Capitania de São Vicente. O poema lírico foi produzido com 5.786 versos e consiste em uma extensa narrativa permeada por dísticos que expressam profunda tristeza. A protagonista é justamente Nossa Senhora, a mãe de Jesus.
Diálogo Sobre a Conversão do Gentio – Manuel da Nóbrega
Esta obra apresenta os claros propósitos literários do autor. Ela foi gerada no estilo interlocutório, um gênero muito reconhecido pelo filósofo Platão e na Era Medieval. Aqui dois personagens, Gonçalo Álvares, que exercia a curadoria junto aos nativos, e Mateus Nogueira, um sacerdote. Essas personalidades ainda viviam quando este livro foi criado por Manuel da Nóbrega. Mas não pense o leitor que este Diálogo apenas reproduz um colóquio entre Gonçalo e Mateus. A interlocução é somente uma ferramenta literária valorizada nas produções teatrais da Idade Média.
Caso de Consciência Para a Liberdade dos Índios – Manuel da Nóbrega
Este livro, publicado em 1567, representa até hoje uma criação iluminadora, entre as demais que ainda viriam a surgir, em prol da liberdade dos indígenas, e serviria como emblema nas mãos dos jesuítas sul-americanos nas suas lutas em defesa dos nativos. Nesta jornada outro padre português iria se sobressair, Antonio Vieira, outro jesuíta. Manuel da Nóbrega é igualmente considerado um emérito guardião dos indígenas, e nesta obra ele deixa clara sua ideologia e seus objetivos.
Tratados da Terra e Gente do Brasil – Fernão Cardim
Esta obra foi composta em duas partes: a terra e a gente do Brasil. O autor revela as belezas naturais do território recém-descoberto e depois exalta seus habitantes, os indígenas, dando igual destaque a eles e à Natureza. Ele é um dos maiores pesquisadores sobre a cultura dos índios e, assim, traduz habilmente seus costumes, sem qualquer juízo de valor. Ante qualquer ângulo da vida dos índios o autor se apresenta calmo, impassível, e só demonstra repulsa diante da prática do canibalismo. Em vários trechos do livro Cardim transcreve as falas e retrata a forma de pensar dos nativos, revelando o valor que dá a esse povo.
Fontes:
http://www.jayrus.art.br/Apostilas/LiteraturaBrasileira/DescobriBarroco/Jose_de_Anchieta_Os_Feitos_de_Mem_de_Sa_trechos.htmhttp://www.yarabelchior.com.br/ler.asp?id=12&titulo=artes_literaturahttp://www.jayrus.art.br/Apostilas/LiteraturaBrasileira/DescobriBarroco/PADRE_MANOEL_DA_NOBREGA.htmhttp://www.infopedia.pt/$padre-manuel-da-nobrega
http://books.google.com.br/books?id=mFT2Okvh4uYC&pg=PA71&lpg=PA71&dq=Do+Princípio+e+Origem+dos+Índios+do+Brasil+e+de+Seus+Costumes,+Adoração+e+Cerimônias;&source=bl&ots=jD53xNDXsD&sig=InKaBmbjd6r3mceyy6DPqPmReQc&hl=en&sa=X&ei=6-rFUu24
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/literatura/classicos-do-genero-literatura-de-catequese/