Felicidade Clandestina

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

O LIVRO

Obra publicada em 1971, reúne 25 contos, sendo que alguns já haviam sido publicados anteriormente. Incia o livro com o conto que dá nome ao mesmo “Felicidade Clandestina”.

Os assuntos abordados pelo livro são variados como a infância, a adolescência, e a família, sem deixar de abordar conflitos e sentimentos da pessoa humana, da alma humana. Os personagens se tornam mais importantes do que outros elementos como espaço, tempo, enredo, etc, como já é característico nas obras de Clarice Lispector.

Dentre os contos, muitos se assemelham a crônicas, até por tratarem de assuntos e situação do dia a dia. Vejamos abaixo alguns resumos:

O CONTO - TÍTULO: Felicidade clandestina

Com narrador em primeira pessoa, a personagem conta sua experiência com um livro quando ainda era criança. Uma certa menina, de má índole, possui o livro e promete emprestá-lo para a personagem, porém sempre inventa alguma desculpa para não fazê-lo. A pequena consegue seu grande intuito de ler tal livro através da mãe da avarenta, que ao descobrir o que sua filha fazia, entrega o livro para a colega. A partir de então, a narradora descreve o prazer e a satisfação com que passa a ler o livro.

Nesta crônica, de cunho autobiográfico, o ponto central é a “felicidade”, que para a menina consiste em ter este livro e poder lê-lo. Ao ter tal oportunidade, a menina procura prolongar o tempo que passa com o livro, em busca de também prolongar sua felicidade, que por ter sido conseguida através de uma grande insistência, e por ter um caráter tão passageiro, parece ser uma felicidade clandestina, alheia, que não lhe pertence.

Amizade sincera - História de dois homens que se tornam amigos inseparáveis, passam a morar juntos, mas começam a se afastar por não terem mais assunto um com o outro. A distância tamanha os leva a tomarem diferentes rumos, e terem a certeza de que não mais voltarão a ter a amizade de antes. A temática são as relações humanas que vão da dependência ao individualismo.

O ovo e a galinha - A história é contada sob o ponto de vista de um ovo que está sobre a mesa da cozinha. Com diversas reflexões, o narrador faz com que o ovo passe a ser a representação de qualquer coisa, física ou abstrata, como o amor, a vida, a liberdade...

É uma crônica de caráter psicológico e a temática abordada é tentativa de compreensão da existência humana.

Os desastres de Sofia - Na escola, aos nove anos e apaixonada pelo professor, a narradora conta em primeira pessoa a experiência que teve na infância. Descreve ter feito de tudo para que o professor a odiasse, porém com um texto que escreve em sala, e pensando desgradá-lo, a menina impressiona o professor. A partir de então, a personagem se depara com a realidade que é conflitante com o que vinha fantasiando. Contando a história que viveu no passado, a narradora acaba por descrever como se enxerga no presente. A crônica tem como núcleo temático a descoberta de si mesmo.

Come, meu filho - Enquanto sua mãe tenta lhe dar de comer, Paulinho tenta desviar a conversa para evitar a comida. Traz assuntos soltos, próprios de uma criança como: “faz barulho de vidro quando a gente mastiga” ou “o mundo é chato e não redondo” ou ainda “o sorvete é bom quando o gosto é igual à cor”. Pacientemente sua mãe vai respondendo e insistindo para que ele coma, até que o menino finaliza o conto com uma tirada impressionante: “Você só pensa nisso. Eu falei muito para você não pensar só em comida, mas você vai e não esquece”.

Tentação - Conta a história de uma menininha que, sentindo-se só em uma rua deserta, encontra com um cachorro e vê nele a solução para a sua solidão. Contudo, após olharem-se por alguns instantes, o cachorro vai embora e nem sequer olha para trás.

A repartição dos pães - Anfitriã prepara um grande almoço e confida algumas pessoas mas sem ter motivo algum para tal situação. Os convidados, constrangidos, comem e repetem. A narradora termina a crônica com as seguintes reflexões: “Comi sem ternura, comi sem a paixão da piedade. E sem me oferecer à esperança. Comi sem saudade nenhuma. Nós somos fortes e comemos. Pão é amor entre estranhos.”

Fontes:
http://www.sosestudante.com/resumos-f/felicidade-clandestina-clarice-lispector.html
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/felicidade-clandestina-resumo-analise-obra-clarice-lispector-703828.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Felicidade_Clandestina
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-universidade/vestibular/literatura/conteudo.phtml?id=1180665&tit=Felicidade-Clandestina---Clarice-Lispector

Arquivado em: Livros
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: