Ordem Bathoidea

Por José Henrique Garcia
Categorias: Peixes
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A ordem Bathoidea inclui os peixes de esqueleto cartilaginoso conhecidos como: raias, arraias ou peixes batóides. São pertencentes a classe dos Chondrichthyes. Os Chondrichthyes têm escamas de um tipo especial, muito diferente das escamas dos Osteichthyes (peixes ósseos). As escamas das raias são do tipo placóides ou dentículos dérmicos, pois a estrutura é semelhante é de um dente (composição de dentina). Por esta razão, raias possuem a textura da pele caracteristicamente áspera.

As raias, arraias ou peixes batóides, diferem dos tubarões e cações principalmente por possuírem cinco pares de fendas branquiais na região ventral do corpo. O corpo deste animais pertencentes a ordem Bathoidea são caracterizados por serem achatados, apresentando nadadeiras peitorais muito desenvolvidas, formando um disco. As nadadeiras dorsais e a nadadeira caudal são reduzidas ou podem estar ausentes. Estes não vão apresentar nadadeira anal.

Atrás de cada olho é possível verificar uma fenda denominada espiráculos, que se liga à câmara branquial e serve de entrada de água para as brânquias. O tamanho de corpo que se verifica nas raias pode variar de 15 centímetros a 7 metros de largura, de uma nadadeira peitoral à outra. Quase todas as raias são ovovivíparas, sendo que no Brasil, apenas as da família Rajidae são ovíparas. O tipo de alimento preferencial das raias é constituído de invertebrados marinhos, principalmente moluscos e crustáceos.

O habitat geralmente onde vivem é associado ao fundo, por isso são conhecidos como peixes bentônicos, podendo ser pelágicos também. Possuem comportamento de se enterrar no sedimento. Apenas uma família, Potamotrygonidae, vive exclusivamente em água doce. Todas as outras famílias vivem em ambientes marinhos e de estuário. Algumas espécies marinhas como o caso do peixe serra (família Pristidae) entram nos grandes rios, como é o caso de Pristis perotteti que adentra no Rio Amazonas. Porém de modo geral, as raias, não são apreciadas como alimento no Brasil, porém sua carne é nobre. Existem cerca de 350 espécies em todo o mundo.

A estrutura que vai cobrir a câmara branquial e que vai proporcionar a vazão da água que banha as brânquias é muito diferente do opérculo ósseo dos Osteichthyes. As raias possuem de cinco a sete pares de fendas branquiais, que se comunicam com a câmara brânquial e com o meio externo.

A fecundação se dá através de forma interna. Os machos possuem um apêndice sustentado por cartilagens, que é conhecido como clásper, que se desenvolve na margem interna de cada nadadeira pélvica. Quando os animais se encontram em período reprodutivo, iniciam o processo de cópula e introduzem o clásper na abertura genital da fêmea, garantindo desta forma a passagem do esperma e o êxito da fecundação.

O desenvolvimento do embrião poderá ocorrer através de duas formas, que será em um ovo ou dentro do corpo da mãe. No primeiro caso chamado de desenvolvimento ovíparo pode ocorrer que o ovo seja expulso do corpo da mãe, e este através de estruturas especializadas do ovo, este se prenderá a substratos e o desenvolvimento ocorrerá no próprio ambiente.  No segundo caso, o desenvolvimento pode ser ovovivíparo (sem ligações placentárias entre o embrião e a mãe) ou vivíparo (com formação de estruturas semelhantes a placenta entre ambos).

Em geral o tamanho do corpo de cada indivíduo ao nascer será determinado pelo tipo de espécie, havendo pouca variação no comprimento dos embriões de uma mesma prole.

As fêmeas usualmente atingem a maturidade sexual com tamanho maior que os machos. Nestes, a determinação da idade adulta pode ser efetuada pela observação do clásper, que nessa ocasião já apresenta todas as cartilagens de sustentação desenvolvidadas. Porém o crescimento do corpo não para por aí.

Referência:
Figueiredo, J. L.  (1977) Manual de Peixes Marinhos do Sudeste do Brasil. São Paulo pp.
https://web.archive.org/web/20120215175458/http://outreachmagazine.uga.edu:80/articles/environment/cownose-rays

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