Quando usar seção, sessão e cessão

Mestre em Linguística (USP, 2019)
Graduada em Letras (USP, 2016)

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Existem palavras que, quando faladas, possuem o mesmo som. Assim, só conseguimos diferenciá-las pelo contexto em que são proferidas. A partir delas que podemos compreender o que é homofonia: igualdade de som entre palavras que não têm o mesmo significado nem são escritas da mesma forma.

Esse é o caso das palavras seção, sessão e cessão. Quando as pronunciamos, não percebemos diferenciação alguma no som. Por isso, parece que estamos falando sempre a mesma coisa. Ainda assim, elas são escritas de formas distintas e também dizem respeito a coisas diferentes.

Dessa forma, é importante saber diferenciá-las. Afinal de contas, para conseguirmos nos comunicar de forma efetiva por meio da escrita, não podemos correr o risco de usar termos que não fazem nenhum sentido dentro do contexto que o utilizamos.

Ainda que o erro a princípio não diminua o entendimento do que é dito, ele pode afetar a credibilidade do seu texto. Portanto, é importante estar atento a essas diferenciações.

Conteúdo deste artigo

Como diferenciar as palavras seção, sessão e cessão

Em vista disso, veja a seguir o que cada um dos termos significa e aprenda a distinguir a grafia de cada uma delas.

Seção

A palavra “seção”, que é escrita com “s” e com C cedilha, significa porção de um todo, divisão.

Então, imagine que uma mulher pergunte para o atendente de um supermercado onde ela pode encontrar queijo e presunto. Ele dirá a ela que esses produtos ficam na seção de embutidos do estabelecimento. Note que essa é apenas uma parte do supermercado, uma divisão dele.

A palavra seção também faz sentido em bibliotecas (ex: seção de literatura estrangeira) e até mesmo para falar de parte de livros ou monografias (ex: seção introdutória da tese de doutorado).

Uma dica para lembrar de quando usar esse termo é perceber que ele também aparece como “secção”. Essa é a forma mais antiga de escrevê-lo e mais usada em Portugal. Ainda assim, como ainda é comum encontrar o termo escrito dessa forma no Brasil, você pode identificar em que contextos ele aparece e perceber quando usar a palavra seção.

Sessão

Já o uso da palavra “sessão” está mais vinculado a períodos em que algum evento acontece. Ela é bem presente no meio jurídico, por exemplo. É o caso da sessão plena, que consiste num momento em que os membros de um tribunal se reúnem para discutir certas questões.

No entanto, a palavra sessão está presente em momentos muito mais corriqueiros. Por exemplo, quando você vai ao cinema, você precisa escolher a sessão do filme que quer assistir. Preste atenção que, nesses casos, a palavra é escrita primeiramente com um esse (“s”) e depois com dois esses (“ss”).

Cessão

Dessa vez, a palavra começa com um “c”. Nesse caso, o termo se refere ao ato de ceder e possui como sinônimos as palavras “entrega” ou “transferência”. Ela não é muito utilizada no cotidiano porque é mais aceita em contextos formais.

Ainda assim, vez ou outra ela aparece e é importante saber diferenciá-la de seus vocábulos homófonos. Principalmente para não correr o risco de escrevê-la da forma errada em um contexto que naturalmente exige o uso da variante padrão da língua.

Note ainda que a palavra é escrita com dois esses (“ss”). Assim, tome cuidado para não colocar um C cedilha na hora de usá-la. Principalmente porque a palavra “exceção” pode te induzir ao erro.

Agora que você tem condições de diferenciar cada um dos termos, busque utilizá-los em diferentes situações. Isso porque a melhor forma de fixar um conteúdo é por meio da prática. Você perceberá que, com o tempo, se tornará natural fazer uso de cada um deles e, principalmente, escrevê-los.

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