Psicopata

Mestre em Neurologia / Neurociências (UNIFESP, 2019)
Especialista em Farmácia clínica e atenção farmacêutica (UBC, 2019)
Graduação em Farmácia (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012)

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O psicopata ou sociopata é um indivíduo que, embora nem sempre aparente, sofre de um distúrbio psíquico, ou seja, de uma psicopatia, também chamada de transtorno de personalidade antissocial (DPA), que pode afetar a maneira que a pessoa interage com outras e também a forma com que este lida com a realidade. A maior parte dos psicopatas são do sexo masculino porém a doença não se restringe aos homens, podendo atingir pessoas do sexo feminino também. Alguns estudos mostram que entre 45% a 66% dos prisioneiros apresentam perfil psicopata o que os médicos psiquiatras chamam de "sociopatia". Estudos revelam ainda que uma boa parte das pessoas com transtornos de personalidade, cerca de 0,5% a 3%, estão soltos em meio a sociedade e alguns ocupando cargos de destaque em locais públicos como na política e outros sejam bem-sucedidos em suas carreiras.

A sociopatia foi descrita pela primeira vez por um psiquiatra americano o Dr. Hervey M. Cleckley da "Medical College" em 1941, onde descreveu como um conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. No entanto as pessoas consideradas psicopatas não aparentam a primeira vista terem transtorno algum, ao contrário, essas normalmente causam boa impressão e boa aparência. Porém há alguns indícios que podem facilitar na identificação de pessoas sociopatas, normalmente elas costumam ter atitudes ou comportamentos voltados para si mesmo, de modo relativamente insensível às preocupações dos outros (egocentrismo), podem apresentar comportamentos irresponsável sem razão aparente, ausência de culpa, normalmente não gostam de relacionamentos sérios pois são insensíveis, preferindo relacionamentos sem comprometimento. Nunca mostram serem os culpados por algum erro, normalmente culpam outras pessoas por seus próprios erros, alguns também possuem baixo limiar para se tornarem agressivos, baixa tolerância a frustrações, emoções superficiais e falta de autocontrole.

Não há causas claras e limitadas que tornam um indivíduo sociopata porém alguns estudos mostram correlação com algumas disfunções cerebrais, entretanto um único fator não pode ser considerado como causa principal ou isolada da doença, ou seja, podem haver diversas razões que em conjunto desenvolvem a sociopatia. A associação entre alguns fatores podem estar correlacionados ao desenvolvimento da enfermidade dentre elas; disfunções ou traumas cerebrais, predisposição genética e traumas durante a infância como abuso sexual, bullying, violência, presenciar conflitos constantes ou até mesmo a separação dos pais. Os psicopatas possuem ao menos um desses fatores presentes em seu histórico de vida, logicamente, não é correta a afirmação de que todos que passaram por algum trauma quando criança desenvolverão psicopatia.

Existem mitos espalhados pelo mundo nos quais os psicopatas são todos violentos, porém boa parte, segundo estudos, não apresentam características agressivas e muitas pessoas que se mostram violentas não são psicopatas como muitos pensam. Outro mito é achar que os psicopatas quando agem agressivamente estão sendo "guiados" por psicoses (alucinações e delírios), porém vários estudos demonstram que eles agem de maneira consciente e quase sempre bem racionais.

O fato de um indivíduo ser psicopata não o impede de buscar tratamento, pois muitos sintomas da sociopatia são reversíveis com o tratamento farmacológico, basta procurar ajuda de médicos psiquiatras.

Referencias:
Almeida, Rosa M M; Cabral, J C; Narvaes, R. . "Behavioural, hormonal and neurobiological mechanisms of aggressive behaviour in human and nonhuman primates". Physiology & Behavior. DOI:10.1016/j.physbeh.2015.02.053.

Marcos Hirata Soares. Estudos sobre transtornos de personalidade Antissocial e Borderline. Acta Paul Enferm 2010;23(6):852-8.

http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_que_e_um_psicopata_.html

http://www.cerebromente.org.br/n07/doencas/index_p.html

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Arquivado em: Doenças, Psicologia
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