Sonambulismo

Por Diego Marques Moreira

Mestre em Neurologia / Neurociências (UNIFESP, 2019)
Especialista em Farmácia clínica e atenção farmacêutica (UBC, 2019)
Graduação em Farmácia (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012)

Categorias: Neurologia, Psicologia
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

O sonambulismo é um transtorno do sono que leva o indivíduo a realizar atividades diversas sem total nível de consciência durante o período em que se encontra dormindo. Normalmente esses episódios de sonambulismo ocorrem durante as primeiras horas do sono e nunca nas horas próximas ao levantar. Esses episódios são mais comuns em fases de desenvolvimento do cérebro humano, ou seja, em crianças e adolescentes, portanto está relacionado nesses casos com o amadurecimento do sistema nervoso, porém é comum o desaparecimento dos surtos durante a fase adulta. O sono é composto por fases diferentes que formam ciclos durante a noite de sono, alguns ciclos marcam momentos mais profundos de sono como o sono de ondas lentas e outros marcam maior relaxamento muscular como o REM (Rapid Eye Movement), neste também é caracterizada a presença de sonhos. A mudança entre os ciclos de sono demarca um período de reparo, onde há a consolidação de memórias, de regulação das emoções e descanso.

Ao despertar temos ativação de diversas áreas de nosso cérebro, essa ativação ocorre de modo conjunto onde haverá aumento da frequência cardíaca alterando assim, a pressão arterial e outros parâmetros fisiológicos. No sonambulismo estas ações ocorrem de modo parcial, ou seja, há um desequilíbrio destas funções e normalmente ocorre um despertar incompleto e apenas algumas regiões despertam, nesses casos não há níveis de consciência completo como quando estamos acordados. Por esse motivo (consciência incompleta) quem sofre com o sonambulismo não se recorda dos episódios ocorridos na manhã seguinte.

As causas ainda são desconhecidas, entretanto esses eventos podem estar relacionados com o consumo de drogas, medicamentos, bebidas alcoólicas, privação de sono, febre e em alguns casos ocorrem em indivíduos que possuem distúrbios psiquiátricos ou respiratórios. Os estímulos que ocorrerem durante a fase do sono, como por exemplo barulhos, também podem desencadear esses episódios. Apesar do baixo nível de consciência, um fato curioso, é que se o indivíduo perder um objeto durante o dia e não se lembrar de onde colocou, este pode achá-lo durante o surto de madrugada, isso ocorre porque a memória está ativa durante esses episódios.

Dentre os sintomas mais comuns está, o caminhar, se vestir, falar ou conversar durante o período de sono, porém também temos outras ações como dirigir, sair de casa, ter comportamentos violentos, cozinhar e essas normalmente são mais perigosas. Mas não há motivos para preocupação se esses casos não forem recorrentes, ou seja , frequentes, caso contrário é necessário procurar ajuda médica, principalmente se durante os episódios o indivíduo apresentar comportamentos perigosos. As pessoas que apresentam esse tipo de crise devem procurar um clínico geral, neurologista ou um médico do sono, e esses darão segmento ao tratamento farmacológico.

Além do tratamento medicamentoso, também é indicado que o paciente realize sessões de relaxamento antes de dormir, evite o consumo de drogas lícitas ou não, e se notar que o ambiente possa interferir na qualidade do sono faça reajustes como diminuir luzes no local colocando cortinas blackout, evitar antes de dormir atividades que influenciem o ritmo cerebral como assistir TV, utilizar celulares ou praticar atividades físicas intensas.

Bibliografia:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/sonambulismo
http://drauziovarella.com.br/letras/s/sonambulismo/
http://disturbiosdosono.net/sonambolismo.shtml
http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/como-lidar-com-o-sonambulismo.aspx

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!