Histamina no pescado

Por Franciele Charro
Categorias: Saúde, Toxicologia
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

O envenenamento por histamina é um problema a nível mundial e ocorre em países onde se consome pescado contendo altos níveis da substância. Os pescados possuem três causas de deterioração: por alteração autolítica, oxidativa e microbiana; e ocorrem alterações bioquímicas produzidas por este crescimento microbiano.

A histamina é formada no peixe post mortem através da descarboxilação bacteriana do aminoácido histidina. Algumas espécies de peixes possuem uma alta quantidade de histidina como a família Scombridae, como o atum, cavala, cavalinha e bonito, mas podem estar também envolvidas espécies não escombroides como o camarão e a sardinha. As bactérias que produzem a histamina são Morganella morganii, Klebsiella pneumoniae, Hafnia alvei, Vibrio sp, Clostridium e Lactobacillus sp.

A histamina no peixe é um problema de saúde publica e causa no ser humano intoxicação e processo alérgico. A legislação brasileira (Portaria nº 185 de 13/05/1997) estabelece um limite máximo de 100 ppm para pescados formadores de histamina. O método laboratorial de identificação e quantificação mundial é por cromatografia liquida de alta eficiência. O grande problema é que a histamina é termoestável, ou seja, depois de formada, nem esterilização a inativa. Além disso, ela não modifica as características sensoriais, não sendo detectada facilmente.

O termo aminas biogênicas refere-se a aminas não voláteis tal como a cadaverina, putrescina, espermidina, espermina, tiramina, triptamina e histamina, produzidas após a morte do peixe. Além da histamina, estas outras aminas biogênicas cuja ocorrência no peixe deteriorado é bem conhecida, podem ser formadas e estas potencializam a ação da histamina, e ao ingerir causa um quadro clínico mais severo.

O controle da produção da histamina é a manutenção do peixe à baixa temperatura durante toda a armazenagem, o que diminui a atividade microbiana, e manter a higiene desde a captura até a mesa do consumidor. Todos os estudos parecem concordar que a armazenagem a 0°C ou muito próximo desta temperatura limita a formação de histamina no peixe a níveis desprezáveis.

Fonte:
FAO- Food and Agriculture Organization of the United Nations http://www.fao.org/docrep/003/T1768P/T1768P04.htm

Manual das Doenças Transmitidas Por Alimentos, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Centro de Vigilância Epidemiológica – CVE.

Site Super Interessante sobre a reportagem sobre Peixes e Frutos do Mar. http://super.abril.com.br/alimentacao/peixes-frutos-mar-443895.shtml

Lenza, R. C. Ocorrência de Histamina no Pescado, Trabalho monográfico do curso de pós-graduação "Lato Sensu" em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal apresentado à UCB.

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!