Suicídio: saiba como identificar e ajudar a prevenir

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Por Dra. Paula França *

Embora o mês de setembro seja o escolhido para a realização de campanhas de conscientização sobre a prevenção do suicídio, justamente em razão de se celebrar no dia 10 o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, não é somente nesta época que se deve falar ou fazer algo a respeito. Até porque pessoas de diferentes esferas sociais sofrem com o problema. Ninguém está imune a ter dificuldades relacionadas à saúde mental. E é importante que nós saibamos identificar alguns sinais indicativos e, além disso, sabermos agir.

A fita amarela é símbolo da campanha de prevenção ao suicídio. Foto: Pixel-Shot / Shutterstock.com

É importante ressaltar que não existe uma receita pronta acerca dos sinais de alerta de uma pessoa suicida. E tampouco devem ser considerados de forma isolada. Mesmo assim, alguns pontos podem ser indicativos de algum problema. Entre eles está alguns problemas de conduta, que podem aparecer ou se agravar a partir de manifestações verbais durante ao menos duas semanas. Preocupação com a própria morte ou falta de esperança também são sinais expostos de quem tem os pensamentos rondados pelo suicídio.

Às vezes, em boa parte dos casos, os pensamentos suicidas vêm acompanhados de sinais de outras doenças, como a depressão. E as pessoas, que transbordam tristeza, expressam ideias ou intenções de cometer o suicídio. Pouco a pouco, começam a se isolar: não atendem telefone, não respondem mensagens, não convivem com os amigos mais próximos ou familiares. Até mesmo fatores externos podem interferir: perda de emprego, crises políticas, sociais e econômicas, descriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, agressões psicológicas ou físicas e tantas outras.

Obviamente o trabalho de conscientização é também uma forma de incentivar as pessoas que têm sofrimentos profundos a pedir ajuda. Nem sempre isso acontece, todavia. Por isso é importante que saibamos o que fazer quando identificamos potenciais suicidas: num momento e local apropriado, ouvir o desabafo e oferecer apoio; incentivar a procura de ajuda profissional (psicólogo, médico, etc); não deixa-la sozinha se perceber que a pessoa corre risco imediato; tenha certeza de que não há acesso a meios para provocar a própria morte, como venenos, armas e medicamentos; e esteja em contato com a pessoa para saber o que está fazendo e o que está se passando.

Não são situações fáceis identificar uma pessoa com pensamentos que podem levar ao suicídio assim como enfrentar situações semelhantes. Mas, é infinitamente mais seguro e saudável o esforço por prevenir o suicídio que os lamentos irreversíveis e posteriores. É por isso que o assunto deve ser discutido e as pessoas devem ser conscientizadas!

* Paula França é médica em Londrina, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) especialista em saúde da família e pós-graduada em dermatologia pelo Instituto Superior de Medicina (ISMD), de São Paulo. Hoje atua como médica do Programa Saúde da Família na unidade básica de saúde do Jardim Santo Amaro, em Cambé, além de clinicar e integrar o corpo de professores da Pontifícia Universidade Católica (PUC), campus Londrina.

Arquivado em: Sociologia
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