Retina

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

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A retina é o revestimento mais interno do olho, composta por milhares de células sensíveis à luz, possui uma parte interna de tecido nervoso e uma externa pigmentada. Detém um papel fundamental na formação de imagens, que serão projetas e depois enviadas para o cérebro, através de impulsos elétricos.

A retina é constituída por três tipos de camadas: os neurônios bipolares, os neurônios ganglionares e as células fotossensíveis.

Anatomia da retina. Ilustração: Alila Medical Media / Shutterstock (adaptado)

Os neurônios bipolares promovem a união das células fotossensíveis com os neurônios ganglionares, que agrupa-se com as fibras nervosas e, assim, origina o nervo óptico. Este, transporta os impulsos nervosos até ao cérebro. As células fotossensíveis, devido a sua forma, são denominadas em dois tipos: os cones e os bastonetes.

Existem cerca de 6 milhões de cones que estão concentrados em uma pequena depressão localizada mácula lútea (centro da retina) denominada de fóvea. Apresentam uma forma alongada e cilíndrica, com segmentos externos de forma cônica. É nessa região que a imagem é formada com maior nitidez, pois são estimulados pela luz mais intensa. Os cones são especializados na acuidade da visão diurna e em reconhecer a cor. Existem três tipos de cones que apresentam fotopigmentos fundamentais que respondem à luz de comprimentos de ondas (λ): o cianopigmento – cones S (λ curto) – sensível a cor azul, o cloropigmento – cones M (λ médio) – sensível a cor verde e o eritopigmento – cones L (λ longo) – sensível a cor vermelha. O cérebro interpreta os sinais recebidos por esses cones, o que permite processar a diferenciação das cores.

Localização da fóvea e da mácula na retina. Ilustração: Tefi / Shutterstock.com (adaptado)

Os bastonetes estão concentrados em maior parte na periferia da retina (estão ausentes na fóvea central e mácula), com cerca de 120 milhões de células, apresentam uma forma semelhante à do cone (um pouco mais alongadas e com segmentos externos cilíndricos) e são importantes para a visão noturna.

Em ambientes pouco iluminados, conseguem captar imagens e fazem discriminação entre diferenciação das tonalidades de claro e escuro. E também dos movimentos e formas das imagens.

Apresentam uma substância química fotossensível, um pigmento vermelho denominado de rodopsina. A energia luminosa fragmenta a rodopsina em substâncias que a formaram inicialmente, o retineno e a escotopsia. Após um determinado tempo são recombinadas, por processos metabólicos da célula, e formam uma nova rodopsina. Sua recuperação completa pode levar de 15 a 20 minutos, motivo pelo qual é necessário aguardar alguns minutos para conseguir obter uma visão na obscuridade de um ambiente, após ter permanecido muito tempo em um local com claridade.

A retina também apresenta uma grande quantidade de melanina, um pigmento escuro cuja função é impedir a reflexão da luz no globo ocular, através da absorção dos raios luminosos que atravessam. As pessoas albinas, por serem incapazes de produzir melanina, denotam uma acuidade visual cerca de três vezes menor do que os indivíduos que não apresentam essa condição genética, devido ao fato das imagens ficarem ofuscadas pela claridade excessiva da luz, uma vez que os raios luminosos depois que atravessam a retina, são refletidos em todas as direções.

Referências:

Anatomia do Corpo Humano. Olho Humano | Globo Ocular – Anatomia do Olho. Disponível em: <http://www.anatomiadocorpo.com/visao/olho-humano-globo-ocular/>. Acesso: 27/04/2018.

RIBEIRO, M. da C. S. As cores e a Visão e a Visão das Cores. Tese de Doutorado – Universidade da Beira Interior, 2011.

TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 6. Ed. Porto alegre: Artmed, 2006.

Visão de cores - Cones e Bastonetes - (Parte III). Disponível em: https://www.opticanet.com.br/secao/colunaseartigos/9885/visao-de-cores. Acesso em 27 de abril 2018.

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