As glândulas mamárias são os órgãos característicos e comuns a todos os mamíferos. No sexo masculino elas são atrofiadas e no feminino são volumosas e ativas conforme a fase reprodutiva.
Sua principal função é a produção do leite que amamenta o filhote em sua fase inicial da vida. Por isso, essa glândula se relaciona à nutrição e ao cuidado parental dos animais, assim como ao estreitamento do vínculo materno e o bebê durante a amamentação.
Conteúdo deste artigo
Anatomia da Glândula Mamária
Há que se diferenciar mama das glândulas mamárias. As mamas são as estruturas que contém as glândulas. Elas são órgãos pares e laterais ao plano sagital mediano. Ficam situados precisamente na região ventral da caixa torácica, na altura da segunda a sexta costela, apoiada no músculo peitoral maior.
As mamas são revestidos pela pele, na qual está o tecido adiposo subcutâneo, que se estende em volta de toda a região glandular e seus ductos. Na região central está presente a aréola e a papila ou mamilo. Eles possuem coloração rosada a castanho, que varia na população e durante as fases de desenvolvimento, de maneira que é mais clara em mulheres jovens e nulíparas e tornam-se mais escurecidas durante a gestação.
A papila também varia de formato, assim são classificadas em protrusa, quando formam protuberância; em semiprotrusa, quando não são proeminentes; e invertida, quando projetam-se levemente para dentro das mamas. A projeção é importante para facilitar a sucção do leite pelo lactente.
Em toda a extensão da mama, estão presentes vasos sanguíneos, que levarão nutrientes para a produção do leite e vasos linfáticos, os quais drenam o excesso de líquido.
Histologia da Glândula Mamária
A glândula mamária é uma glândula exócrina túbulo-alveolar, do tipo apócrina, ou seja, junto a secreção produzida nas células epiteliais glandulares, uma parte do citoplasma é liberada também. Ela é formada pelo parênquima, a parte secretora, e pelo estroma, constituído de tecido conjuntivo e tecido adiposo, responsável por sua sustentação.
Uma glândula mamária em lactação é composta por 15 a 20 lobos separados por septos de tecido conjuntivo com células adiposas. Cada lobo é drenado por um único ducto lactífero que conflui para o mamilo, revestido por dupla camada de células cúbicas ou colunares e por uma bainha de tecido conjuntivo com células mioides.
Microscopicamente os lobos são constituídos por 20 a 40 lóbulos com seus ductos intralobulares. Por sua vez, os lóbulos contém 10 a 100 ácinos caracterizados como epitélio secretor simples cúbico ou colunar. Durante a gravidez e lactação, diferenciam-se em alvéolos secretores produtores de leite, crescem e se expandem.
Envolvendo os alvéolos, estão as células mioepiteliais, constituídas de proteínas contráteis responsáveis pela contração durante a ejeção do leite, sob efeito da ocitocina.
Formato das mamas
O formato e o volume das mamas variam de acordo com as características genéticas, massa corpórea e paridade, que é o número de partos que a mulher já teve. O seu tamanho aumenta com o ganho de peso em gordura. No entanto, durante a gestação, elas aumentam devido a proliferação e ao desenvolvimento do tecido glandular para produção de leite.
Desenvolvimento da Glândula Mamária
Ao longo das fases reprodutivas da mulher, a glândula mamária passa por diferentes etapas de desenvolvimento. São elas:
- Embriogênese: Durante a 18a ou 19a semana de gestação o tecido epitelial de revestimento prolifera-se dando origem ao epitélio glandular e aos ductos principais.
- Mamogênese: Ocorre durante a puberdade, sob efeito do estrógeno e da progesterona, e a gestação pela proliferação do parênquima e amadurecimento da glândula, sob efeito dos hormônios estrógeno, progesterona, lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica.
- Lactogênese: É caracterizada pelo início da produção de leite, horas após o parto, pelo efeito da baixa dos níveis de progesterona vinda da placenta.
- Lactação: Continuidade da produção de leite devido ao estímulo das mamadas.
- Involução: Perda da capacidade de produzir leite pela cessar dos estímulos de mamada ou hormonal.
Referências:
Universidade de Leeds. Histology Guide. Disponível em: http://www.histologyguide.com/slideview/MH-174a-mammary-gland/18-slide-1.html?x=0&y=0&z=-1&page=1.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/anatomia-humana/glandulas-mamarias/