Benedito Nunes

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O filósofo e escritor brasileiro Benedito José Viana da Costa Nunes, mais conhecido como Benedito Nunes, nasceu no dia 21 de novembro de 1929, em Belém, capital do Pará, fruto da união entre Maria de Belém e Benedito Nunes. Ele ingressou no universo da leitura aos quatro anos, aprendendo a decifrar as primeiras letras na Escola "Sagrado Coração de Jesus", propriedade de uma tia, e na sua própria residência, localizada na Rua Gentil Bittencourt, situada então na região periférica de Belém.

Benedito cresceu sempre ao lado de seus melhores amigos, os livros. A princípio ele dividia essa amizade com as habituais brincadeiras de menino, depois com os estudos secundários e, quando jovem, com a Faculdade de Direito. Sua vida foi incessantemente dedicada à Filosofia e à Literatura.

Desde os anos 50 atua como professor, lecionando na Universidade Federal do Pará, como professor titular de Filosofia, e em outras universidades brasileiras, francesas e norte-americanas, no campo da literatura. Embora hoje esteja aposentado como titular, ele insiste em continuar ensinando, através de suas inúmeras conferências e das obras que produz.

Ele foi um dos criadores da Faculdade de Filosofia do Pará, realizou seu mestrado na Sorbonne, em Paris, tendo a honra então de ser aluno de mestres como Merleau-Ponty e Paul Ricoeur. Sua carreira intelectual não impediu que ele se aventurasse também no campo do teatro, fundando, ao lado de sua esposa Maria Sylvia Nunes e da cunhada Angelita Silva, o Norte Teatro-Escola, depois assumido pela Universidade Federal do Pará.

A representação da peça Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, no 1º Festival Nacional de Teatro Amador, em 1958, na cidade de Recife, garantiu a Benedito o prêmio de melhor adaptação teatral, enquanto Maria Sylvia ganhava o de melhor direção. Ele e seu grupo deixaram marcas na história do teatro do Pará ao darem início neste campo a um estágio mais moderno.

Quanto à literatura, Benedito escreve desde a infância. Na fase adolescente ele escreveu para periódicos da escola, colaborando posteriormente com jornais da região, elaborando resenhas e críticas literárias, que depois se estenderam aos veículos de âmbito nacional. Sua obra é vasta, composta de livros, participações em criações coletivas e artigos inúmeros em edições especializadas. Sua primeira obra foi justamente uma análise do trabalho de Clarice Lispector - O mundo de Clarice Lispector, de 1966 -, sobre quem escreveria constantemente. Ele se especializou particularmente em discorrer sobre a ligação entre a literatura e a filosofia, unindo assim suas duas paixões.

Alguns de seus livros mais conhecidos são:

  • O Crivo de Papel
  • O drama da linguagem - uma leitura de Clarice Lispector
  • Oswald Canibal
  • O tempo na narrativa
  • No tempo do niilismo e outros ensaios
  • O dorso do tigre
  • entre outros

É especialista também em Guimarães Rosa, na esfera literária, e em Kant, Heidegger e Nietzsche, no campo filosófico. Suas produções mais recentes são Heidegger e Ser e Tempo, de 2002, e Crônica de duas cidades: Belém e Manaus, escrito em parceria com o escritor amazonense Milton Hatoum, de 2006.

Fontes:
http://www.informam.ufpa.br/portal/benedictus/bio.htm
https://web.archive.org/web/20120904044151/http://pt.shvoong.com:80/books/biography/1659165-benedito-nunes-vida-obra/
http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v14s0/12.pdf

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