Taquicardia

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR, 2019)
Bacharel em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2015)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

A taquicardia é um tipo de arritmia cardíaca caracterizada pela elevação da frequência de batimentos do coração. É esperado que um adulto saudável, no repouso, apresente batimento médio variando entre 60 e 90 batidas por minuto (bpm). Quando esta medição ultrapassa 100 bpm considera-se um estado de elevação normal de frequência cardíaca, que pode ocorrer quando a pessoa passa por alguma emoção ou durante a realização de exercício físico. No entanto, a taquicardia patológica ocorre quando os 100 batimentos por minuto são detectados no estado de repouso. Esta condição pode ser assintomática, o que dificulta seu diagnóstico e adia seu tratamento, podendo resultar em ataque cardíaco ou derrame.

A taquicardia pode ocorrer por diferentes causas, sendo classificadas de acordo com sua origem. A fibrilação atrial ocorre quando os impulsos elétricos que causam a contração do músculo cardíaco se tornam irregulares, resultando em movimentação fraca, rápida e descoordenada das câmaras superioras do coração, os átrios. Este quadro pode ser temporário ou duradouro, requerendo intervenção médica para sanar o problema, através de medicamentos ou uso de desfibrilador. Este tipo de taquicardia é a mais comum de todas, ocorrendo em pessoas com algum tipo de alteração morfológica leve no coração, pacientes hipertensos, que apresentem hipertireoidismo ou que sejam alcoólatras. Tabagismo e ansiedade também parecem estar relacionadas com a ocorrência da fibrilação atrial, que acomete mais mulheres que homens e também pode ocorrer em crianças.

A taquicardia ventricular ocorre devido a transmissão de impulsos elétricos erráticos nas câmaras inferiores do coração, os ventrículos. A aceleração da frequência cardíaca impede que o fluxo de sangue ocorra normalmente pois os ventrículos acabam bombeando o sangue antes de estarem completamente preenchidos, causando uma insuficiência no aporte de sangue sistêmico. Esta taquicardia pode ocorrer como efeito colateral de medicamentos, uso de drogas ilícitas (como a cocaína) e em casos de doenças cardíacas crônicas. Os sintomas de ambas as taquicardias descritas acima incluem respiração acelerada, tontura, dores fortes no peito acompanhadas da sensação de palpitações e desmaios. Em alguns casos não há sintomas aparentes, sendo que o aumento da frequência cardíaca só é detectado através de exames específicos, como o eletrocardiograma. Neste exame, a atividade elétrica cardíaca é registrada através da reprodução dos pulsos em um gráfico, utilizando-se eletrodos aderidos na superfície da pele.

Pessoas anêmicas, diabéticas, hipertensas, com apneia do sono ou que ingerem muito café formam um grupo de risco de taquicardia. Recomenda-se que pessoas com estas condições ou que possuam histórico familiar de doenças no coração busquem um cardiologista e façam exames preventivos continuamente. O envelhecimento também requer grandes cuidados com o coração e o sistema circulatório.

A taquicardia pode ser um quadro grave pois pode gerar complicações que variam em severidade. Ataques cardíacos e derrames (também conhecidos como AVC – acidente vascular cerebral) podem ocorrer se, através do aumento dos batimentos, trombos e êmbolos se moverem pela corrente sanguínea bloqueando artérias essenciais. A falência cardíaca ou morte súbita também podem ocorrer como consequência da taquicardia. Manter um estilo de vida saudável, através de uma dieta balanceada e exercícios físicos é a melhor maneira de prevenir qualquer doença cardíaca, incluindo a taquicardia.

Referências:

Ganz, L. I., & Friedman, P. L. (1995). Supraventricular tachycardia. New England Journal of Medicine332(3), 162-173.

Josephson, M. E., Horowitz, L. N., Farshidi, A., & Kastor, J. A. (1978). Recurrent sustained ventricular tachycardia. 1. Mechanisms. Circulation57(3), 431-440.

Webster Jr, W. W., Scherlag, B. J., Scherlag, M., & Schauerte, P. (2001). U.S. Patent No. 6,292,695. Washington, DC: U.S. Patent and Trademark Office.

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: