Manuel Antônio de Almeida

Doutorado em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (PUC-Rio, 2013)
Mestrado em Linguística, Letras e Artes (PUC-Rio, 2008)
Graduação em Jornalismo (PUC-Rio, 2001)

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Manuel Antônio de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em 17 de novembro de 1831. De origem humilde, fica órfão de pai aos dez anos. Na juventude, cursa aulas de Desenho na Academia de Belas-Artes e a faculdade de Medicina. Após se formar, tenta, sem êxito, a clínica.

Contando com escassos recursos de família, trabalha constantemente no Jornalismo como redator e revisor do Correio Mercantil. Nele, elabora e escreve A Pacotilha, um suplemento literário e de variedades, que também viria a abrigar sua obra máxima: Memórias de um Sargento de Milícias, publicado em folhetim sob o pseudônimo de “um brasileiro”. Na época do lançamento, em 1853, o autor tinha apenas 21 anos. Nos anos seguintes (1854-1855), devido ao estrondoso sucesso, a obra seria publicada em dois volumes.

Manuel Antônio de Almeida.

Manuel Antônio de Almeida.

O romance, ambientado no início do século XIX no Rio de Janeiro, narra a história de Leonardo, um menino levado que apronta mil diabruras na vizinhança. Na juventude, o menino termina se alistando forçadamente no exército, onde continua participando de arruaças e descumprindo continuamente as ordens do Major Vidigal. Desse modo, acaba preso, mas, devido a sagacidade, consegue não apenas a liberdade, como a promoção a sargento de tropa e a conquista do coração de Luisinha, seu grande amor.

No romance, é patente o diálogo com a literatura picaresca espanhola, pelo tom cômico da narração das aventuras e desventuras do herói. Também são apontadas semelhanças com o mestre do folhetim francês Honoré de Balzac.

Poucos anos depois, já famoso, é nomeado administrador da Tipografia Nacional, onde trava relação com o jovem aprendiz Machado de Assis. Posteriormente, enquanto exerce o cargo de oficial de secretaria do Ministério da Fazenda, decide ingressar na política, candidatando-se ao cargo de deputado provincial.

Durante a campanha, em viagem eleitoral a Campos dos Goytacazes, município do norte da província, vem a falecer no trágico naufrágio do vapor “Hermes”, junto a ilha de Santana, ocorrido em 28 de novembro de 1861, quando o autor contava com apenas trinta anos.

Apesar da vida e obra breves, Manuel Antônio de Almeida passou a posteridade como um dos autores de ficção mais conhecidos e celebrados do Romantismo brasileiro, admirado por público e crítica da época, que o considerava superior em termos estéticos a contemporâneos como Joaquim Manuel de Macedo. Para alguns críticos, como Afrânio Coutinho e Alfredo Bosi, o autor exerceu, junto ao colega Machado, o papel de precursor do romance realista, dados os atributos de sua prosa.

Além de Memórias, o autor escreveu, em 1861, a peça de teatro Dois Amores, apresentada no mesmo ano após a sua morte. A opereta, que contava com música da Condessa Rosawadowska, não chegou a atingir sucesso. Além disso, foram publicadas três antologias complementares: correspondência, depoimentos de contemporâneos e fortuna crítica pré-modernista sobre a obra do autor.

Referências bibliográficas:

BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2001.

COUTINHO, A. A Literatura no Brasil, Volume II. Rio de Janeiro: Sul Americana, 1969.

GLOBO.COM. Educação/Literatura. http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/memorias-de-um-sargento-de-milicias.html

WIKIPÉDIA. https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Ant%C3%B4nio_de_Almeida.

Arquivado em: Biografias, Escritores
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