Partilha da Ásia

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Podemos compreender o termo "Partilha da Ásia" como um equivalente à política colonial europeia promovida na África à mesma época, cerca de final do século XIX. Tal período marca o auge do colonialismo europeu, onde praticamente dois terços dos territórios em todo mundo estavam de alguma forma subordinados a alguma potência da Europa Ocidental.

Anteriormente, várias regiões do continente asiático já estavam sob ocupação ou influência europeia, especialmente dos portugueses (várias áreas da Índia e Indonésia, Sri Lanka, Malaca (Malásia), Macau (China), Mascate (Omã), Barém, e Nagasaki (Japão)), espanhóis (Filipinas) e holandeses (Indonésia, conhecida como Índias Holandesas). No fim do século XIX e início do XX, porém, tal panorama havia sido bastante modificado. Portugal àquela altura perdera quase todos seus territórios asiáticos, mantendo apenas algumas possessões na Índia, além de Macau e Timor; a Espanha perderia as Filipinas aos americanos em meio às concessões feitas durante a guerra hispano-americana de 1898, e os holandeses conseguiriam preservar suas possessões na Indonésia, tornando-se esta a sua mais importante colônia.

Agora, no auge do colonização europeia na Ásia, os verdadeiros senhores do continente eram a Grâ-Bretanha e a França, que estavam em poder das regiões mais importantes. Além destes dois importantes personagens, predominantes no médio oriente e no sul do continente, no extremo oriente surgiam novas potências brigando por espaço e predomínio, como por exemplo o Japão, emerso da Revolução Meiji como um moderno país colonialista, além da Rússia czarista, Estados Unidos e o Império Alemão, que começava a predominar na área Ásia-Pacífico.

Ao contrário do que ocorreu na África, não houve uma convenção onde se delimitou a área de influência de cada potência europeia, até porque só tardiamente a África seria plenamente conhecida e mapeada, possibilitando uma colonização racional. É por isso mesmo que a conferência de Berlim acerca do continente africano possuía uma vertente geográfica, que servia realmente para se conhecer os verdadeiros pontos de referência dentro do continente. Com a Ásia, não havia este "problema", pois desde o século XVI ela vinha sendo sistematicamente explorada, ao contrário do continente africano, onde se "aranhava" o litoral, de tal forma bastante semelhante com a colonização do Brasil.

Vale mencionar a situação da China em meio a tal exploração europeia. O país conseguiu garantir sua independência a duras penas, mas, na prática, era um estado fantoche a serviço dos interesses europeus, que estabeleceram várias áreas arrendadas no litoral chinês, semelhantes a Hong Kong.

É a partir da Segunda Guerra Mundial que a descolonização asiática toma forma, com as marcantes independências da Coreia (1954), dando origem às Coreias do Norte e do Sul, Índia (1948), Indonésia (1949) e Indochina Francesa em 1954, dando origem a Laos, Camboja, Vietnã do Norte e Vietnã do Sul. Os países europeus, exauridos por duas guerras mundiais, já não podiam controlar tais extensões de terra, em regiões tão distantes, e lá pelo meio dos anos 60, a quase totalidade do continente asiático estava livre do colonialismo.

Bibliografia:
Descolonização da Ásia . Disponível em http://www.klick.com.br/conteudo/pagina/0,6313,POR-1308-10093-,00.html . Acesso em 19/06/2011.
Asia Colonization Page (em inglês) . Disponível em http://www.angelfire.com/mac/egmatthews/worldinfo/asia/colonisation.html . Acesso em 19/06/2011.

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