Rendição da França na Segunda Guerra

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

Em 10 de maio de 1940 a Alemanha invade a França, a Bélgica e os Países Baixos. A Bélgica e os Países Baixos foram atacados por meio do Blitzkrieg e em poucas semanas foram dominados. Já a França possuía uma linha de frente chamada Linha Maginot, que consistia em vários túneis subterrâneos, barreiras, baterias blindadas, paióis com munição em grandes profundidades, o que fez com que os alemães tivessem um pouco mais de dificuldade. Porém a Linha Maginot não evitou que os alemães concretizassem as invasões em 1940, eles conseguiram contornar as defesas francesas e dividir as tropas aliadas (França, Inglaterra e Bélgica). Parte dessas tropas foi empurrada até as praias de Dunquerque, onde os britânicos enviaram embarcações e recuaram alguns soldados que ali se encontravam. Esses episódios só fizeram com que os alemães concretizassem o domínio sob a França forçando o Estado a aceitar um armistício. Hitler, entusiasmado com a rápida derrota dos franceses, recebeu a rendição (chefiada pelo General Maxime Weygand) no mesmo vagão de trem que os representantes alemães firmaram o Armistício em 11 de novembro de 1918, que findou a Primeira Guerra Mundial, este fato mostra a insatisfação dos alemães com o pós-Primeira Guerra, de certa forma Hitler quis passar uma imagem de revanche sob os franceses.

Em pouco tempo os alemães dominam parte da França (apenas Paris e o litoral Atlântico), que seria ocupada até 1944 quando seria libertada no evento conhecido “dia D”. Entre os resistentes a toda a ocupação está Charles de Gaulle que se exilou no Reino Unido após a rendição de 1940, onde fez um pronunciamento na Rádio Inglesa convocando os franceses irem contra o nazismo. Grupos provenientes de toda sociedade francesas, desde os comunistas, judeus, anarquistas, sacerdotes, católicos conservadores, liberais, jornalistas; deram corpo a Resistência Francesa. A maior parte da população francesa manteve-se neutra, não era contrária ou favorável ao regime nazista.

O Governo de Vichy foi autoritário, iniciou uma repressão violenta a todos aqueles que eram contra eles e aos alemães. Neste período houve desvalorização da moeda francesa diante da alemã, o que permitiu aos nazistas usufruírem dos privilégios econômicos, enquanto que os franceses ficaram na miséria. Foi um período onde as liberdades civis não eram respeitadas tendo toques de recolher a noite e repressão policial durante o dia. A situação forçou fez crescer os movimentos de resistência. Seus membros eram chamados de partidários, que eram contra os inimigos, alemães ou franceses colaboracionistas. Os vários grupos eram caçados pelo governo, que inclusive incentivou a criação de uma milícia, em 1943, para combater todos aqueles que resistiam ao governo. A milícia era baseada na Gestapo alemã, e colaborava diretamente com o Governo de Vichy e os nazistas. Seus métodos eram cruéis, se valendo, muitas vezes, da tortura contra aqueles que eram suspeitos de integrar a resistência. A resistência teve um papel fundamental no momento da chegada das tropas aliadas no dia 6 de junho, que ficou conhecido como Dia D. Os membros da resistência foram responsáveis por passar informações aos aliados, sabotar compartimentos de energia, transporte e as telecomunicações dos alemães. Provavelmente os exércitos aliados teriam mais dificuldade em retomar a França se não fossem os movimentos de resistências.

A atuação da Resistência Francesa, sem dúvida, foi um dos poucos pontos de orgulho que os franceses podem ter deste momento obscuro de sua história. A resistência conservou parte da moral e do fazer político da França. Graças aqueles que resistiram houve a possibilidade de trazer à tona o espírito francês para se erguer depois que foram libertados em 6 de junho de 1944.

Referência:

FERRO, Marc. História da segunda guerra mundial. São Paulo: Ática, 1995.

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: