Doença Digital Bovina

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A doença digital bovina (DDB) é um conjunto de enfermidades que acomete a extremidade dos membros dos bovinos, abrangendo pele, tecido subcutâneo e córneo, ossos, articulações e ligamentos.

A DDB engloba um grande número de doenças, dentre elas estão: dermatite digital, dermatite interdigital, flegma interdigital, hiperplasia interdigital (gabarro), doença da linha branca, erosão do talão, pododermatite asséptica difusa (laminite), pododermatite asséptica localizada, pododermatite circunscrita, pododermatite do paradígito e pododermatite asséptica.

A prevalência dessa afecção é muito superior em rebanhos leiteiros, quando comparado com rebanhos de corte, criado a pasto, evidenciando assim, que o manejo intensivo (dietas ricas em carboidratos, falta de apara dos cascos e pisos úmidos e ásperos) é o principal ponto associado ao surgimento da DDB. Todavia, há também a influência de fatores genéticos no surgimento dessa afecção. A dermatite digital verucosa também pode levar ao aparecimento da DDB.

Independente da etiologia é inevitável que haja a contaminação bacteriana da lesão, especialmente pela Fusobacterium necrophorus e Dichelobacter nodosus, podendo aumentar a severidade do quadro por miíases e, caso não seja feito um tratamento adequado, leva a uma infecção e inflamação generalizada do dígito, resultando em pododermatite séptica ou pododermatite necrótica ou necrosante.

Esta enfermidade é reconhecida quando o animal apresenta claudicação (manqueira), sendo feita, portanto, a inspeção do casco, momento em que observa-se alguma alteração neste.

O tratamento compreende uma adequada contenção do animal, com criteriosa higienização do local, utilizando-se água e sabão e esfregando com escova. Tecidos lesados e necrosados devem ser removidos, casco em excesso deve ser aparado, colocar antibióticos de uso tópico e sulfato de cobre na faixa, impermeabilizando-a com alcatrão vegetal. Administrar antibióticos via intravenosa, como cefalosporinas, tetraciclinas, sulfas, quinolonas. O animal deve permanecer em repouso, de preferência em um local seco.

A profilaxia deve ser feita ofertando uma ração tamponada para animais que possuem uma dieta muito energética, visando evitar a acidose ruminal; aparando anualmente os cascos; evitar a presença de umidade, fezes e urinas nos locais onde os animais ficam; controlar o acesso a várzeas e outros locais úmidos e correção dos pisos ásperos e com irregularidades nas instalações. Como medida preventiva, pode ser realizado um pedilúvio com cal, sulfato de cobre e sulfato de zinco, todos a 5%.

Fontes:
https://web.archive.org/web/20120720082311/http://www.vallee.com.br:80/doencas.php/1/22
http://www.cptcursospresenciais.com.br/bovinos/?pagina=artigos&artigo=142

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