Disco intervertebral

Graduação em Fisioterapia (Faculdade da Serra Gaúcha, FSG, 2014)

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O disco intervertebral é uma estrutura ímpar no organismo. Não se encontra nenhuma estrutura semelhante à ele no organismo, sendo este de grande importância para a anatomia, fisiologia e biomecânica do organismo. Tem papel fundamental na sustentação da coluna vertebral, tendo como função primária a absorção de impactos e distribuição de cargas. O disco também tem como função manter as vértebras unidas, fazendo assim a função de um ligamento.

Essa estrutura possui dois componentes principais:

  • Anel fibroso: composto basicamente por fibrocartilagem, onde os feixes colágenos formam-se de forma concêntrica, cercando o núcleo interno. Essa porção é composta basicamente por colágeno tipo I, sendo esta considerada a porção mais externa da estrutura.
  • Núcleo pulposo: caracteriza-se por um líquido viscoso rico em ácido hialurônico, composto histologicamente por células arredondadas e pequena quantidade de colágeno tipo II, denominado gel de mucoproteína.

Anatomia de um disco intervertebral. Ilustração: stihii / Shutterstock.com

Ambas estruturas possuem uma pequena quantidade de colágeno IX. Esse colágeno encontra-se tanto no núcleo fibroso quanto no anel. Também se encontra nas placas vertebrais terminais. Acredita-se que esse tipo de colágeno seja um dos principais responsáveis pelo suporte mecânico dos tecidos, sendo essencial na função de ponte intermolecular.

As células que compõem o anel fibroso agem como selante em relação ao núcleo pulposo, fazendo com que as pressões e forças exercidas pelo segmento possam ser melhores distribuídas. As porções anelares mais externas se encaixam como cilindros, facilitando assim a funcionalidade da estrutura.

Localização dos discos intervertebrais. Ilustração: Lightspring / Shutterstock.com

Os discos intervertebrais encontram-se entre os corpos das vértebras da coluna, desde a estrutura da vértebra cervical C2 até a região sacral, posicionando sempre entre os corpos de duas vértebras distintas. Essas estruturas estabilizam-se através de ligamentos, tais como: ligamento longitudinal anterior e ligamento longitudinal posterior, sendo esses responsáveis pela manutenção do posicionamento dos discos entre as vértebras.

Encontram-se ao longo da estrutura da coluna 23 discos. É comum que apresentem variação de tamanho, espessura e formato, uma vez que as vértebras dos segmentos cervical, torácico, lombar e sacral possuem particularidades em suas estruturas, sendo estas de diversos tamanhos, conforme a localização. Os discos contribuem de forma direta para a funcionalidade da coluna. Estes formam cerca de 25% do comprimento total da coluna. Por esse motivo, quando inicia-se o processo de envelhecimento ou mesmo a degeneração estrutural do disco, observa-se uma diminuição drástica na altura, comprometendo assim a funcionalidade e a mobilidade de diversas estruturas.

Devido à algumas particularidades, alguns cuidados são básicos com os discos intervertebrais. Essas estruturas possuem pouquíssimas terminações nervosas e nenhum aporte sanguíneo. Sem esse aporte sanguíneo, o disco não tem como cicatrizar ou regenerar. Quando o indivíduo relata dor, esta pode durar dias, meses ou até mesmo anos. Porém, de maneira geral, com o passar do tempo, o processo de envelhecimento faz com que existam cada vez menos proteínas inflamatórias no espaço discal, fazendo com que a dor discogênica tenha uma incidência muito menor em indivíduos após os sessenta e cinco anos. Porém, o processo degenerativo pode iniciar também de forma muito precoce. Conforme ocorre a desidratação da estrutura discal, os mesmos acabam se tornando cada vez mais rígidos, diminuindo assim a capacidade de ajusta-se à compressão.

O processo de degeneração pode se tornar muito doloroso em alguns indivíduos. Ao entender outra função dos discos, que consiste na proteção da medula espinhal, entende-se que ao desencadear alterações patológicas, a estrutura da medula pode vir a ser comprimida, fazendo com que haja compressões e atritos à estruturas neurais, provocando fortes algias e diminuindo assim a funcionalidade do indivíduo, podendo até mesmo incapacita-lo em diversas situações diárias, tais como: deambular, agachar, pular, sentar, rolar, dentre outras. Assim como a motricidade ampla pode ser afetada por conta da alteração citada, dependendo da altura que a mesma poderá vir a se manifestar, podem ser afetadas funções orgânicas, podendo se tornar gravemente comprometida por conta do cuidado que não fora desenvolvido.

Leia também:

Referências

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

TORTORA, Gerard J. Corpo Humano – Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre. 4ª ed. Artmed Editora. 2000.

Arquivado em: Sistema Esquelético
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