Hérnia de disco

Graduação em Fisioterapia (Faculdade da Serra Gaúcha, FSG, 2014)

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A hérnia de disco é uma das patologias mais comuns no âmbito da ortopedia e traumatologia. Por ser um diagnóstico muito comum entre as alterações da estrutura da coluna, estima-se que 2 a 3% da população pode apresentar os sintomas e a patologia. Há muito tempo a patologia tem se manifestado em pacientes de todas as faixas etárias, tendo grande influência a partir dos hábitos e vida diários, incluindo o sedentarismo, má postura em posto de trabalho e nas atividades diárias, bem como adaptações posturais adotadas durante o processo de crescimento.

O mecanismo de lesão da hérnia de disco, normalmente caracteriza-se pela rotação e inclinação de tronco. Dessa forma, o esforço e sobrecarga gerados no disco intervertebral fazem com que haja a compressão mecânica da raiz nervosa. Por isso, podem ocorrer isquemias e fenômenos que sensibilizam a membrana à dor. As hérnias de disco podem ser classificadas em três tipos: extrusa, protrusa e migrada.

  • Hérnia protrusa: geralmente com maior componente compressivo; geralmente contidas por parte do ânulo fibroso; pode gerar resposta alterada da musculatura que recebe a inervação comprimida; desidratação de disco intervertebral considerável; gera resposta álgica intensa, bem como toda a sintomatologia citada a seguir;
  • Hérnia extrusa: geralmente com maior componente inflamatório; quando há ruptura total do ânulo fibroso; maior potencial de desidratação discal, fazendo assim com que o processo de degeneração óssea ocorra de forma mais intensa nos segmentos superior e inferior à hérnia;
  • Hérnia migrada: quando o fragmento da hérnia se alonga pelo canal medular, podendo se separar completamente do disco e deslocar-se pelo canal medular.

Os diferentes tipos de hérnia de disco: protrusa, extrusa e migrada. Ilustração: stihii / Shutterstock.com

Existe também outro tipo de hérnia, denominada hérnia/nódulo de Schmorl, caracterizando-se por uma herniação focal do disco intervertebral através da placa terminal para dentro do corpo da vértebra. Geralmente é identificado por meio de exame de imagem (raio X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética), podendo ou não apresentar sintomas, como a dor radicular, mesmo que essa seja uma condição muito rara. Quando identificada, geralmente se utilizam métodos de bloqueios peridurais transforaminais, afim de diminuir o processo álgico local e consequentemente a sintomatologia. Para algumas literaturas, considera-se um tipo de hérnia de disco, para outras, chama-se de nódulo a estrutura que invade o corpo da vértebra.

Geralmente, o processo de diagnóstico envolve a sintomatologia do paciente, podendo iniciar com os seguintes sintomas: lombalgia inicial, podendo evoluir progressivamente para lombociatalgia, alteração de sensibilidade no membro correspondente ao segmento da coluna que esteja apresentando alteração, parestesia, perda de força, alterações dos movimentos usuais, paresia do membro acometido, alterações de reflexo, dentre outros sintomas. Além dos sintomas apresentados pelo paciente, é importante que o mesmo realize exames de imagem para que o diagnóstico seja feito com precisão e clareza. Muitos profissionais optam por solicitar exames de imagem, tais como ressonância magnética, tomografia computadorizada e raio X.

As condutas adotadas em um primeiro momento normalmente são conservadoras, tais como utilização de anti-inflamatórios, analgésicos e fisioterapia, incluindo condutas de analgesia, mobilização, alongamento e reforço muscular. Em apenas 5% dos casos a cirurgia é recomendada, uma vez que as consequências da mesma podem ser desde alivio total do quadro álgico, até a dor crônica devido às aderências causadas pela fibrose cicatricial ou por lesões permanentes das terminações nervosas afetadas.

Apesar de ser uma patologia que acaba limitando muito o paciente em termos de atividades de vida diária, deve-se lembrar da importância de enfatizar os bons hábitos de vida dos pacientes, tais como: evitar o sedentarismo, praticando atividades físicas regulares com orientação de profissionais capacitados, bons hábitos alimentares, manter boa qualidade de sono, evitar movimentos bruscos que possam desencadear o processo álgico e manter boa qualidade de vida.

Referências

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

TORTORA, Gerard J. Corpo Humano – Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre. 4ª ed. Artmed Editora. 2000.

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Arquivado em: Doenças, Ortopedia
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