Ligamentos

Graduação em Fisioterapia (Faculdade da Serra Gaúcha, FSG, 2014)

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Os ligamentos consistem em estruturas de grande resistência, porém apresentam pouca elasticidade. Caracteriza-se por ser um feixe de tecido fibroso, formando-se por tecido conjuntivo denso modelado, podendo apresentar forma plana ou arredondada. Possuem fibras colágenas organizadas em feixes compactos e paralelos, oferecendo assim grande resistência mecânica. Os ligamentos ainda apresentam um grande número de receptores nervosos sensitivos, proprioceptores e nociceptores, fazendo com que no momento exato do movimento sejam avaliados os aspectos de velocidade, movimento a ser realizado e posição das articulações, podendo devolver assim estímulos dolorosos ou de estiramento. Por serem transmissores permanentes de informação ao cérebro e medula, respondem facilmente à quaisquer estímulos enviados pelas estruturas motoras dos músculos.

Dentre as funções que desempenham, uma delas implica em unir dois ou mais ossos, promovendo estabilidade e proteção às articulações presentes no corpo, evitando assim o deslocamento patológico dos ossos que possivelmente poderiam desencadear um grau severo de disfunção. No entanto, é necessário que sejam pensados em recursos preventivos para que a estrutura não seja exposta ao estresse máximo quando se trata da execução de movimentos.

Além das funções citadas, os ligamentos têm como função transmitir informações para a medula e para o cérebro, além de auxiliar na conservação e fixação local de órgãos como a bexiga, útero e diafragma. São formados por tecidos semelhantes aos tendões que, diferente dos ligamentos, são estruturas que tem como principal função conectar os músculos aos ossos e, por sua vez, os ligamentos unem dois ou mais ossos.

Os ligamentos variam conforme a localização onde se encontram e as estruturas que sustentam, tais como:

  • Ligamentos articulares: tipo de ligamento que une entre si duas estruturas ósseas de uma articulação, geralmente uma côncava e outra convexa, como por exemplo a cavidade glenóide e ombro, ou acetábulo e cabeça do fêmur.
  • Ligamentos suspensores: os ligamentos mantêm determinados órgãos internos no local anatômico e fisiológico, como no caso do útero e da bexiga.
  • Ligamentos multissegmentares: formam-se pelo ligamento longitudinal anterior, ligamento longitudinal posterior e ligamento supra espinhoso.
  • Ligamentos segmentares: formam-se pelo ligamento interespinhoso, ligamento amarelo, ligamento intertransverso, ligamento iliolombar (lombossacro).

Os ligamentos, quando unidos aos tendões, músculos e ossos formam o sistema músculo esquelético. Esse sistema ainda envolve todos os tecidos moles envolvidos na realização dos movimentos, inclusive todas as estruturas envolvidas na formação das articulações. Além da união de entre estruturas ósseas, ainda são considerados ligamentos as pequenas regiões que formam a membrana que reveste a cavidade abdominal, também denominado como peritônio. Essa estrutura mantém-se unida do diafragma à parede abdominal, estabilizando assim órgãos como o fígado, estômago e intestinos.

Quanto às funções, além das que foram anteriormente citadas podemos descrever como funções:

  • União de duas ou mais estruturas ósseas;
  • Proteção e estabilização das articulações do organismo;
  • Evita o deslocamento brusco das estruturas ósseas;
  • Atua de forma a gerar amortecimento intra articular;
  • Transmite informações para a medula e para o cérebro;
  • Auxiliar na conservação, fixação e demarcação do local de diversos órgãos internos, tais como diafragma, bexiga e útero.

No que diz respeito às lesões ligamentares, elas correspondem à feixes fibrosos com pouca elasticidade, ocasionando lesões quando expostos à movimentos com amplitude de movimento exagerada. Geralmente ocorrem em movimentos de extensão excessivos, rupturas totais ou parciais, através de mecanismos de entorse. Normalmente os ligamentos mais suscetíveis à lesões são os do tornozelo (compreendem outras três articulações), do joelho (ligamento cruzado anterior e ligamento cruzado posterior). Apesar de serem responsáveis pela estabilidade, podem ser rompidos quando sofrem sobrecarga.

O trabalho preventivo para lesões ligamentares consistem principalmente em respeitar todas as fases de desenvolvimento, fazendo com que todos os receptores presentes em todas as estruturas possam ser estimulados ao ponto de potencializar as funções que os mesmos irão exercer, evitando assim compensações que poderão gerar sobrecargas futuras em estruturas como os ligamentos, independente do segmento.

Referências

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

TORTORA, Gerard J. Corpo Humano – Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre. 4ª ed. Artmed Editora. 2000.

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