Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves

Graduada em História (USP, 2011)

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Popularmente conhecido simplesmente como Panteão da Pátria, este é um memorial arquitetônico, projetado por Oscar Niemayer e inaugurado em 07 de setembro de 1986. Localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, DF, sob a administração Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, este consiste em um centro cultural.

O conjunto arquitetônico é composto pela Pira da Pátria e da Liberdade, de modo que a chama deve se manter sempre acesa, pois representa a liberdade do povo brasileiro; internamente ele abriga o Mural da Liberdade, do artista plástico Athos Bulcão, e o Painel da Inconfidência Mineira, de João Câmara Filho, que simbolizam, justamente, a Inconfidência Mineira de 1789, primeiro movimento oficial de caráter republicano da História do Brasil.

Panteão da Pátria Tancredo Neves. Foto: Webysther / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0

Lá encontram-se também um conjunto de vitrais, da artista plástica franco-brasileira Marianne Peretti; e o Livro de Aço (oficialmente conhecido como Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria).

A história por trás deste monumento remonta ao processo de redemocratização no Brasil e a grande comoção gerada após a morte de Tancredo Neves, primeiro presidente civil eleito (ainda que indiretamente), após o término da Ditadura civil-militar, e que morreu antes de ser empossado.

A palavra “panteão” tradicionalmente é associada ao culto de um deus ou deuses, como no caso da tradição cultural greco-romana. Mas, no Brasil, esta obra visa homenagear a memória daquelas e daqueles considerado os grandes heróis nacionais.

De acordo com a historiadora Léa Maria Carrer Iamashita: “Lembramos que a reflexão acerca do Panteão como ‘lugar de memória’ e do Livro de Aço como objeto de registro estão intrinsecamente articuladas, uma vez que os heróis/heroínas são ‘entronizados’ por meio da inscrição de seus nomes no Livro, e não pelo sepultamento de seus corpos, como ocorre em outras instituições do gênero.” (Iamashita, 2021).

A obra projetada por Oscar Niemayer mantém as características modernistas habituais do arquiteto: as linhas curvas. Seu formato remente à uma pomba. Ela conta ainda com tem três pavimentos e área total construída de 2.105 m².

Em 2007, o Panteão da Pátria foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), sendo considerado, portanto, um bem material da história e da cultura brasileira que deve ser preservado.

Bibliografia:

IAMASHITA, Léa Maria Carrer. Panteão da Pátria: sentidos e significados da criação de um lugar de memória para os heróis da nação brasileira, ao final do século XX. ANPUH-Brasil, 31º Simpósio Nacional de História. Rio de Janeiro: 2021.

SECEC/DF. Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Panteão da Pátria tem exposição permanente sobre Tancredo Neves. Disponível em: https://web.archive.org/web/20220803164733/https://www.cultura.df.gov.br/panteao-da-patria-tem-exposicao-permanente-sobre-tancredo-neves/, acesso em 07 dez. 2021.

________________. Panteão da Pátria. Disponível em: https://www.df.gov.br/panteao-da-patria-2/, acesso em 07 dez. 2021.

Arquivado em: Arquitetura, Brasil
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