Carrapato

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Artrópodes
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Os carrapatos são artrópodes ectoparasitas (parasitas externos), ou seja, vivem na superfície do corpo de um hospedeiro (animais domésticos, animais silvestres e o homem) e são também hematófagos, ou seja, se alimentam do sangue de seus hospedeiros. Sendo assim, possuem uma grande importância como vetores de agentes patogênicos, como protozoários, bactérias e vírus, entre outros. O seu formato vai depende se o parasita está ingurgitado (cheio de sangue) ou não. Quando está neste estado, ele apresenta-se em um formato quase oval, enquanto que antes de sugar o sangue do seu hospedeiro, ou quando sugou pouco sangue ainda, o corpo do animal apresenta-se plano.

Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Chelicerata
Classe: Arachnida
Subclasse: Acarina
Superordem: Parasitiformes
Ordem: Ixodida
Superfamília: Ixodoidea
Família: Ixodidae e Argasidae

Carrapato. Foto: Noppharat4969 / Shutterstock.com

Estes artrópodes são classificados em duas famílias: Ixodidae e Argasidae. Os machos ixodideos possuem um escudo dorsal quitinoso, sendo conhecidos como “carrapatos duro”, enquanto que nas fêmeas, larvas e ninfas, esse escudo cobre apenas a região anterior do corpo, permitir assim a dilatação do abdômen após a alimentação, já que as fêmeas se alimentam muito mais do que os macho. Devido a esta diferença no escudo, fica evidente o dimorfismo sexual. As espécies de maior interesse veterinário estão dentro deste grupo, como por exemplo, as espécies Rhipicephalus (Boophilus) microplusRhipicephalus sanguineus.

Os argasídeos não possuem este escudo quitinoso e recebem a denominação de “carrapatos moles”. Como não possuem o escudo dorsal, o dimorfismo sexual é muito pouco acentuado. Também são responsáveis pela disseminação de doenças, pois albergam espiroquetas no seu organismo, transmitindo- os aos seus hospedeiros. Possuem hábitos noturnos e durante o dia, escondem-se em fendas nas paredes e pisos, vivem nos galinheiros, estábulos, pocilgas, pombais, habitações humanas e em outros locais que apresentam a possibilidade de se esconderem. São extremamente resistentes à fome, podendo viver até cinco anos sem se alimentar. As espécies de importância pertencentes a esta família são: Argas sp, parasitando aves; Ornithodorus sp, parasitando animais doméstico e o homem também; e Otobius sp, parasita de ruminantes, equinos, suínos, caninos e até mesmo o homem.

Basicamente, o ciclo evolutivo deste parasita se passa da seguinte maneira: após a fêmea se alimentar, ela deposita seus ovos próximo ao solo, sendo que quando acaba o período de ovoposição as fêmeas ixodidaes morrem, enquanto que as argasidaes permanecem vivas. Em seguida o ovo passa para o estado de larva e estas sobem na vegetação e esperam a passagem do hospedeiro, transferindo-se para eles. Após se alimentarem do hospedeiro, as larvas sofrem a muda passando para o estádio de ninfa. Esta última alimenta-se, ficando ingurgitada, sofrendo nova muda e tornando-se adulta.

Dependendo da espécie, este ácaro pode ser monóxeno, ou seja, realiza todas as suas mudas no mesmo hospedeiro, alimentando-se apenas dele, ou heteróxeno, possuindo mais de um hospedeiro realizando as mudas no solo.

O controle deste vetor pode ser feito através da aplicação de acaricidas nas paredes e pisos das instalações, aplicação de banhos carrapaticidas, sendo que este é mais prático para animais domésticos, enquanto que para grandes animais, podem ser usados pour-on (forma de apresentação do carrapaticida) em seu dorso, realizando também limpeza das pastagens, mudando sua vegetação, realizando calagem e drenagem que contribuem para uma redução na carga parasitária presente na pastagem.

Fontes:
Parasitologia Veterinária - J. da Silva Leitão - Vol I
https://web.archive.org/web/20070523233243/http://w3.ufsm.br:80/parasitologia/arquivospagina/metastigmata.htm

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