Carlos Lineu

Graduado em Ciências Biológicas (UNIOESTE, 2017)

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No dia 23 de maio de 1707, na cidade de Ráshutl, nascia Carl Linnæus ou Carl von Linné (aportuguesado para Carlos Lineu), que por conta de suas contribuições para ciência, viria se tornar o pai da taxonomia. Lineu foi responsável por desenvolver o modelo de classificação de organismos que até hoje é utilizado.

A paixão de Lineu pela Biologia parece ser herdada de seu pai, um pastor luterano que dedicava sua vida a jardinagem e a área de botânica. Por conta de tal influência, Lineu desde pequeno se mostrou interessado pela botânica e nomenclatura.

Sendo de uma família pobre, desde sempre Lineu enfrentou obstáculos com relação ao acesso ao ensino, entretanto, mesmo com tamanha dificuldade, no ano de 1927, o jovem prodígio conseguiu ingressar na Universidade Lund para cursar medicina.

Carlos Lineu

Mesmo amando a área médica, Lineu se viu perdido logo no primeiro ano de curso, o que o levou a transferir para a Universidade de Upsala, instituição onde ele focaria na área de taxonomia botânica.

O desempenho de Lineu em botânica era tamanho, que em dois anos após seu ingresso na universidade, ele conseguiu realizar importantes estudos sobre órgãos reprodutores de plantas, o que deu a ele o título de professor adjunto.

Diferente de outros pesquisadores da época, Lineu não compreendia a natureza e os organismos como sendo algo caótico, segundo ele, era possível organizar os seres vivos em sistemas de identificação, estabelecendo alguma correlação entre ele.

Vale lembrar que Lineu e seus estudos vieram cerca de 120 anos antes das ideias de Charles Darwin sobre evolução, por isso, ainda não se tinha tal conhecimento na época.

O fascínio de Lineu pela botânica o levou a conhecer diversos países europeus, onde ele teve a oportunidade de estudar e descrever sobre diversas espécies de plantas da Noruega, Holanda, Inglaterra e França.

Tais viagens mudariam a vida do jovem pesquisador, que no ano de 1735, enquanto viajava pela Holanda, conseguiu publicar sua primeira obra, intitulada como “Systema Naturae”, na qual continha o primeiro rascunho sobre um sistema de classificação dos seres vivos.

Com o passar dos anos, o primeiro sistema produzido por Lineu sofreu diversas modificações de acordo com o avanço científico e a colaboração de outros pesquisadores, com isso, no ano de 1737, uma adaptação atualizada de seu primeiro sistema de classificação veio a se publicado na obra “Genera Plantarum”.

No ano de 1739, Lineu casou-se com a filha de um médico, Sara Lisa Moraea, com quem teve sete filhos dos quais apenas cinco sobreviveram.

Lineu só teve dois amores durante a sua vida, Sara e a ciência, essa última fez com que com que ele resolvesse reviver seu amor pela medicina e conseguiu voltar a faculdade, onde se formou e se tornou doutor após a sua contribuição para área com seu trabalho sobre malária, no ano de 1742.

A verdadeira paixão de Lineu era a taxonomia, isso fazia com que o seu foco nunca fosse voltado para área médica. Ao longo dos anos de dedicação à taxonomia, Lineu publicou mais de 70 livros e mais de 300 artigos sobre o tema de classificação, a maioria deles trazendo novas ideias e atualizações sobre seu sistema que até hoje sofre modificações.

Todos esses trabalhos foram desenvolvidos junto a alunos e pesquisadores da área de botânica e zoologia, que ajudaram Lineu a criar o sistema binário de classificação (1753) que seria usado por mais de 300 anos como sendo a base de classificação taxonômica.

Além de suas pesquisas, Lineu contribui de diversas formas para ciência e educação, entre elas pode-se destacar a criação da Academia Real das Ciências da Suécia e suas obras literárias que o levou a ser considerado um dos grandes autores de sua época (1761).

O fim da vida de Lineu é marcado por uma profunda tristeza e um pessimismo tóxico, que foram causados pelos diversos problemas de saúde que o atacaram ao longo da vida. Com isso, o pobre pesquisador desenvolveu uma profunda depressão.

Durante sua vida, Lineu sofreu três ataques de trombose, na quais as duas primeiras afetaram a porção direita de seu corpo e a sua memória, e a última, foi a causadora de sua morte, no dia 10 de janeiro de 1778.

Arquivado em: Biografias
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