Edvard Munch

Por Liane Carvalho Oleques

Mestre em Artes Visuais (UDESC, 2010)
Graduada em Licenciatura em Desenho e Plástica (UFSM, 2008)

Categorias: Biografias, Pintura
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O expressionismo do final do século XIX e início do século XX teve grandes nomes destacados por suas obras de enorme extremos emocionais. Remontam a este período artistas como Van Gogh, Ensor, Egon Schiele, entre outros, além do não menos conhecido Edvard Munch.

A vida de Edvard Munch, desde a infância, foi tão conturbada e cheia de conflitos familiares que virou tema recorrente em sua obra. O artista nasceu em Loten na Noruega em 12 de dezembro de 1863. Filho de um médico e fanático religioso, aos cinco anos, viu sua mãe morrer de tuberculose e anos mais tarde, também, presenciou a morte da irmã mais velha. Outra irmã foi internada devido a problemas mentais, provavelmente esquizofrenia. Seu pai também morreu cedo. Foi uma tia que o incentivou a pintar como meio de afastar a tristeza, a partir daí o artista começou sua carreira como pintor. Assim sua obra estava estreitamente ligada as circunstâncias de sua vida.

Começou a estudar arte em Oslo, capital da Noruega e em 1885, Munch viajou para Paris a fim de estudar por três meses e lá entrou em contato com vários movimentos artísticos e ficou particularmente encantado com o trabalho de Van Gogh e Gauguin. A partir daí sua obra ganhou as características pelas quais o conhecemos, pois passou a refletir as angustias do ser humano. Entre os anos de 1892 a 1908 viveu em Berlim, na Alemanha.

As obras da primeira fase do artista são repletas de temas como a morte, a neurose, a solidão, o medo ou a sexualidade. Uma de suas obras mais significativas é “O grito” pintada em 1893, uma tela cheia de movimento onde todas as linhas parecem conduzir o olhar do espectador ao centro da obra que retrata uma figura andrógena num momento de angustia e desespero. A agitação da pincelada e a figura caricata do centro, exemplificam com clareza esta fase do Expressionismo.

O Grito, pintura de Edvard Munch (1893).

Em 1908, passou por uma internação em uma clínica psiquiátrica devido a um surto que quase lhe foi fatal, agravado pelo alcoolismo. Após ter dado alta, suas obras passaram por uma transformação e deixaram de retratar o desespero, a angustia, a morte, o pânico e outros desordens que assolam os seres humanos. Edvard Munch passou a pintar paisagens bucólicas. No entanto, Munch não deixou de ser uma artista de notável força expressiva. Certa vez, declarou que não podia se desfazer de suas enfermidades pois muitas coisas em suas obras só existiam por causa delas.

No final da década de 30, foi considerado pelos nazistas como um “artista degenerado”, suas obras foram consideradas imperfeitas do ponto de vista estético. Todas as suas obras foram retiradas dos museus da Alemanha. Foi uma forte decepção e uma grande tristeza para o artista.

Em seus últimos anos de vida, pintou vários autorretratos mostrando os efeitos do envelhecimento em si mesmo. Edvard Munch morreu em janeiro de 1944, antes do fim da Segunda Guerra Mundial.

Referências:

GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

GERLINGS, Charlotte. 100 grandes artistas. Uma viagem visual de Fra Angelico a Andy Warhol. Belo Horizonte, Ed. Cedic.

RUHRBERG; SCHNECKENBURGER; FRICKE ; HONNEF. Arte do século XX – pintura, escultura, novos media, fotografia. Volume I.
Lisboa, Taschen, 2005, 2 vols.

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