Gonçalves de Magalhães

Mestre em Ciências Humanas (CEFETRJ, 2014)
Especialista em Linguística, Letras e Artes (CEFETRJ, 2013)
Graduada em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (UFRJ, 2011)

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Domingos José Gonçalves de Magalhães é o nome completo do médico, professor, diplomata, poeta, ensaísta, político, barão e visconde do Araguaia, apontado como o autor da obra que marca o início das produções românticas no Brasil.

Formou-se em medicina em 1832, publicou a obra “Poesias” e seguiu rumo à Europa para especialização médica. Já em 1836, em contato com as ideias em ebulição no romantismo francês, publicou em Paris um manifesto do Romantismo e lá lançou também a publicação apontada como a obra inaugural, o marco do início do Romantismo brasileiro, “Suspiros Poéticos e Saudades”, que traz marcas da primeira fase do Romantismo, como religião, individualismo, sentimentalismo, patriotismo, sensibilidade histórica e menção da infância.

No ano seguinte, em 1837, já de volta ao Brasil, Gonçalves de Magalhães é aclamado e reconhecido como líder do novo movimento literário e empenhou-se a consolidar a nova literatura num Brasil recém-independente. Nas palavras do professor e crítico literário Antônio Candido, durante os anos seguintes ao retorno, Gonçalves de Magalhães foi “a” literatura no Brasil com publicação de obra extensa e de forte expressão.

Foi nomeado professor do curso “Lições de Philosophie” no Colégio Pedro II, em 1837, tendo ali atuado por pouco tempo. Em seguida, o autor passou a dedicar-se à dramaturgia, publicando títulos como “Antônio José”, “O Poeta e a Inquisição” em 1838 e “Olgiato” em 1839.

Com a publicação do poema épico “Confederação dos Tamoios”, em 1856, Gonçalves de Magalhães deu início a uma grande polêmica por entre os colegas autores e críticos literários da época, neles incluído José de Alencar. Gonçalves de Magalhães pretendia oferecer ao Brasil uma epopeia nacional, um símbolo que marcasse autonomia política e estética de um Brasil recém-saído do domínio português. A obra descreve a organização da revolta de uma tribo indígena, aliada a tropas francesas para expulsar colonizadores portugueses e tribos aliadas aos lusitanos da costa do vasto território onde hoje são os litorais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Essa revolta marca uma mudança importante na história do Brasil colônia: depois dela, Portugal muda estratégia de exploração da colônia e passa a trazer mão-de-obra escravizada em navios negreiros em lugar de tentar dominar e escravizar as tribos da população originária local.

As críticas à obra foram duras, numerosas e severas. Seus críticos acusavam a obra de celebrar paradoxalmente os índios e os catequizadores ao mesmo tempo, fato que se opõe a um poema épico, que, por definição, apresenta um único ponto de vista ao leitor. Muitos foram os ataques, porém escritores de renome e autoridades da época também saíram em defesa do autor, tais como Monte Alverne e o próprio imperador do Brasil à época, Pedro II, amigo pessoal de Gonçalves de Magalhães.

Em 1847, após atuar como secretário do Duque de Caxias, deu início à carreira diplomática. Foi ministro de Estado, cônsul brasileiro em Viena, na Áustria e cumpriu missões no Paraguai, na Argentina, nos Estados Unidos, na Santa Sé (Itália), onde faleceu em 1882.

Arquivado em: Biografias, Escritores
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