Jean le Rond d'Alembert

Mestra em História (UFRJ, 2018)
Graduada em História (UFRJ, 2016)

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Um escritor, filósofo e matemático do século XVIII, Jean le Rond d’Alembert foi um dos principais contribuintes da Enciclopédia, sendo então um dos principais nomes do movimento social, cultural e político conhecido como Iluminismo.

Filho ilegítimo de uma aristocrata e de um cavaleiro, Alembert foi abandonado pouco depois do seu nascimento, ocorrido em 17 de novembro de 1717, nos degraus da igreja de Saint-Jean-Le-Rond, de onde seria retirado o nome com o qual seria batizado mais tarde. Resgatado pela família de um vidraceiro, teve sua grande inteligência rapidamente notada durante seus estudos iniciais, que foram custeados por sua mãe biológica. Já suas despesas posteriores foram custeadas por seu pai biológico, que lhe forneceria tutores que tentaram treiná-lo para uma carreira na Teologia.

Jean le Rond d’Alembert.

Entretanto, Alembert rejeitaria o tema, passando anos dedicado aos estudos de Direito e Medicina antes de se tornar autodidata em Matemática. Aos 22 anos, ele produziria sua primeira grande publicação: “Memória sobre o cálculo integral”. O trabalho atraiu a atenção da prestigiosa Academia de Ciência de Paris, rendendo elogios à Alembert. Apenas um ano depois, em 1740, ele enunciaria seu Teorema Fundamental da Álgebra demonstrando assim que qualquer equação algébrica referente a uma função racional inteira sempre admite uma raiz.

Em 1741, Alembert apresentaria sua “Memória sobre a refração de corpos sólidos”, trabalho fundamental sobre fluidos e densidade, passando então a trabalhar naquele que se tornaria sua publicação mais conhecida: “Tratado de dinâmica”. Vindo à luz em 1743, a obra consolidaria os três conceitos básicos da mecânica: inércia, movimento e equilíbrio. No ano seguinte, mais um trabalho sobre fluidos seria publicado, conhecido como “Tratado do equilíbrio e do movimento dos fluidos”, seguindo três anos mais tarde por “Reflexões sobre a causa geral dos ventos”, na qual seria gerada a famosa equação das ondas de Alembert. Em 1749, ele também desenvolveria um trabalho sobre os equinócios.

Enquanto se firmava como talentoso matemático, Alembert também desenvolvia seus contatos sociais pelos salões de Paris. Inspirado pelo movimento iluminista, ele se associou com o filósofo Denis Diderot para se tornar um dos principais editores da Enciclopédia, inicialmente pensado apenas como uma versão francesa do original inglês denominado Cyclopaedia. Iniciando os trabalhos em meados da década de 1740, Alembert e Denis Diderot rapidamente perceberam a necessidade de alterar a natureza da publicação, transformando-a em um meio para divulgar opiniões revolucionárias contra o governo monárquico absolutista, além de disseminar os pensamentos iluministas a respeito da tolerância religiosa e liberdade de opinião. Para isso, contariam com a colaboração de nomes como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu.

No processo de publicação da Enciclopédia, que duraria cerca de vinte anos a partir do início da década de 1750, Alembert ficaria responsável pela edição de artigos científicos e de matemática, além contribuir com alguns artigos. Exemplos deles incluem a introdução do primeiro volume, em 1751, e o prefácio do terceiro volume, em 1752. Em 1756, Alembert ficaria com Voltaire durante uma temporada em Genebra, aproveitando para escrever um artigo sobre as práticas e doutrinas de pastores da cidade. A reação gerada por esse trabalho seria um dos motivos a fazer com que ele, em 1758, renunciasse à sua posição de editor da Enciclopédia.

Em 1754, Alembert já fora eleito membro da Academia Francesa, estimulando ainda mais o rei da Prússia, Frederico II, a atrai-lo para juntar-se à Academia Prussiana. Apesar de ter feito uma breve visita ao monarca, Alembert recusou, assim como recusaria uma oferta da imperatriz da Rússia, Catarina II, para torna-se o tutor de seu herdeiro, o príncipe Paulo, não querendo afastar-se do movimento intelectual parisiense. Neste período, Alembert produzia um trabalho sobre música, além de uma crítica aos jesuítas quando estes foram expulsos da França.

Em 1765, uma séria doença o fez sair da casa de sua mãe de criação e ir morar com a escritora Julie de Lespinasse, com quem manteve um relacionamento amoroso. Após a morte de Julie em 1776, ele passou a viver como secretário da Academia Francesa, transferindo-se para o palácio do Louvre, onde faleceria em 1783, provavelmente de causas naturais.

Bibliografia:

https://www.britannica.com/biography/Jean-Le-Rond-dAlembert

http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_jean_le_rond_d.htm

https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/mathematics-biographies/jean-le-rond-d-alembert

https://www.dw.com/pt-br/enciclop%C3%A9dia-do-iluminismo-quis-substituir-f%C3%A9-pelo-conhecimento/a-4299793

https://www.britannica.com/biography/Denis-Diderot

https://www.britannica.com/topic/Cyclopaedia

Arquivado em: Biografias, Filósofos
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