Napoleão Bonaparte

Por Camila Caldas Petroni

Mestre em História (PUC-SP, 2016)
Graduada em História (PUC-SP, 2010)

Categorias: Biografias, França, História da Europa, Idade Contemporânea
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Napoleão Bonaparte é uma das figuras mais conhecidas e estudadas da história do Ocidente, e suas realizações, sobretudo durante a Era Napoleônica, inspiraram e ainda inspiram intensos debates históricos conceituais não somente relacionados a fenômenos da época em que viveu, mas a toda a contemporaneidade ocidental.

Nascido em 15 de agosto de 1769, em Ajaccio, cidade francesa da região de Córsega, no Mediterrâneo, Napoleão foi o segundo dos oito filhos de Carlos Bonaparte e Maria Letícia Ramolino, ambos de ascendência nobre.

Aos 15 anos de idade, ingressou na Academia Real Militar de Paris, dando início à sua carreira na área, e, ali, logo tornou-se subtenente de artilharia. Desde o começo de sua vida como militar demonstrou ter habilidades que o destacavam, e a eclosão da Revolução Francesa, em 1789, ofereceria o cenário ideal para que ele se tornasse a principal figura da política na França.

Durante a Revolução, Napoleão aproximou-se dos irmãos Augustin e Maximilien Robespierre, este último líder durante o Período do Terror. Por seu envolvimento com Robespierre, foi preso por um curto período, e já na fase posterior, a do Diretório, destacou-se definitivamente em meio à crise instaurada na França naquele momento do processo revolucionário.

O jovem militar Bonaparte, em alta por sua atuação em batalhas no exterior, foi nomeado comandante do Exército Francês em 1796. Em meio à crise, alguns setores depositaram em sua figura a esperança de restabelecimento da ordem.

Em 18 Brumário de 1799 – o equivalente a 9 de novembro no calendário gregoriano –, um golpe de estado promovido por membros do Diretório instituiu o Consulado. O poder passou a ser exercido por três cônsules, dentre os quais o primeiro-cônsul, Napoleão, possuía mais poder.

Nesse momento, a França ganhou uma nova Constituição. Além disso, Bonaparte tomou medidas e promoveu reformas para tentar recuperar a economia francesa e pôr fim à crise institucional da nação.

O Código Napoleônico de 1804 foi uma dessas medidas, e estabelecia, por exemplo, a igualdade dos franceses perante a lei, o direito à propriedade o Estado laico, a proibição de greves e a retomada da escravidão nas colônias francesas. Com o código, as conquistas da burguesia foram consolidadas na França.

Desde que assumiu o comando, Napoleão preocupou-se constantemente com a construção de sua imagem pública. A propaganda ajudou a consolidar seu poder, intensificado com um plebiscito realizado em 1802, que o tornou cônsul vitalício da França. Dois anos depois, outro plebiscito conferiu a Bonaparte ainda mais poder, tornando-o Napoleão I, imperador dos franceses.

A cerimônia de sua coroação, no final de 1804, rompeu padrões: Napoleão se autocoroou diante do Papa Pio VII, após coroar Josefina, sua companheira. Segundo a tradição, o chefe da Igreja coroava os governantes, por isso o gesto de Bonaparte demonstrou que nem mesmo a religião estava acima de seu poder imperial.

Napoleão cruzando os Alpes. Pintura de Jacques-Louis David, 1805.

Durante o período imperial, Napoleão buscou expandir o território francês invadindo e dominando nações estrangeiras vizinhas ou não da França. Além disso, buscou tornar a França hegemônica na Europa ao estabelecer o Bloqueio Continental para prejudicar os negócios da Inglaterra, sua principal concorrente nessa disputa.

O poder de Napoleão passou a dar sinais de desgaste após a fracassada tentativa de invasão à Rússia, em 1812. Após esse episódio, o imperador abdicou do trono, em 1814, e foi exilado na Ilha de Elba, no Mediterrâneo, de onde fugiu um ano depois.

Ao retornar à França, assumiu o trono novamente, dando início ao Governo de Cem Dias. Mas, outra vez, perdeu prestígio ao ter suas tropas derrotadas pela Inglaterra na Batalha de Waterloo, na Bélgica, ainda em 1815.

O resultado dessa derrota foi sua prisão e um novo exílio, agora para a Ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde morreu em 1821, aos 51 anos de idade.

Referências:

ENGLUND, Steven. Napoleão: uma biografia política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

TRINDADE, José Damião de Lima. História social dos direitos humanos. São Paulo: Peirópolis, 2002.

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