Fósforo no Organismo Humano

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

Seu nome deriva do grego phosphoros, “portador de luz!”, é um elemento químico representativo de símbolo P; um não-metal, sólido em condições ambientes, situado no 3° período da família 15 (5A) da tabela periódica. Apresenta número atômico 15 e massa atômica de 30,974. É empregado industrialmente na fabricação de fogos de artifício, fósforos de segurança, na agricultura como adubo químico, e ainda em artigos de limpeza, cremes dentais, artigos bélicos e cerâmicas.

O fósforo é o segundo não-metal mais abundante no organismo humano, sendo que 80% deste está na forma de cristais de fosfato de cálcio (Ca2(PO4)2) e fosfato de magnésio (Mg2(PO4)2)  nos ossos e nos dentes.  Além desses sais, o restante do fósforo é metabolicamente ativo e distribuído pelos líquidos corporais. Pode aparecer  sob três formas: inorgânica (H2PO4-, HPO42-, 10%), ligados a proteínas (10%) e complexados com o cálcio e o magnésio (80%). No intestino delgado o fósforo é absorvido na forma de fósforo inorgânico.

O fósforo é um dos elementos de maior diversidade de funções no organismo humano. Além de sua elevada importância na função e de se combinar com o cálcio para propiciar a rigidez aos ossos e dentes, é um componente essencial do ATP (trifosfato de adenosina) e do CP (fosfato de creatina), componentes esses que fornecem energia ao trabalho biológico. O fósforo também se une aos lipídios para formar fosfolipídios, elementos essenciais das membranas celulares.

Além do que foi citado, o fósforo também cumpre um papel fundamental na estrutura do DNA e do RNA. O nucleotídeo da molécula do DNA consiste em um grupo de fosfato, uma base nitrogenada e uma molécula de glicídio com cinco átomos de carbono. O fósforo está também envolvido na eliminação dos produtos ácidos finais, provenientes do metabolismo energético; nos rins, os íons de hidrogênio são segregados com auxílio do fósforo, auxiliando, assim, o fundamental controle do pH. O fósforo também é visto no metabolismo energético de proteínas, lipídios e carboidratos, assim como no controle das funções nervosas e musculares.

O fósforo é excretado por via renal através da urina, sendo este processo regulado pelos hormônios da paratireóide, pelas concentrações plasmáticas e também pelo uso de diuréticos. A deficiência em fósforo no organismo pode causar a redução nos níveis de ATP, além de anormalidades musculares, esqueléticas, hematológicas e renais. Entretanto, como esse elemento é amplamente distribuído nos alimentos de fácil obtenção, raramente verifica-se a sua deficiência no organismo humano. Entre alguns alimentos que contém o fósforo, pode-se citar mingaus de farelo e de granola, alimentos feitos com fermento em pó e farinha de trigo integral, assim como queijos, amêndoa, fígado, leite integral e leite em pó, e peixe.

Referências:
FELTRE, Ricardo; Fundamentos da Química, vol. Único, Ed. Moderna, São Paulo/SP – 1990.
KATCH, Frank; McARDLE, William, Nutrição, Exercício e Saúde, Ed. Médica e Científica Ltda, Rio de Janeiro,RJ – 1996.
Organização Mundial de Saúde, Genebra, Elementos Traço na nutrição e saúde humanas, Ed. Roca Ltda, São Paulo,SP – 1998.

Arquivado em: Bioquímica
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: