Fosfolipídios

Graduação em Ciências Biológicas (Unicamp, 2012)
Mestrado Profissional em Conservação da Fauna Silvestre (UFSCar e Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 2015).

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

As membranas biológicas possuem algumas estruturas em comum, como a dupla camada fosfolipídica que atua impedindo a entrada de moléculas polares e íons. Existem diversos lipídios que podem fazer parte desta estrutura de membrana. Em nós humanos, temos os glicerofosfolipídios, galactolipídios, sulfolipídios e esfingolipídios.

Molécula de fosfolipídio (glicerofosfolipídio). Ilustração: Lennert B / via Wikimedia Commons / PD

Os glicerofosfolipídios e alguns esfingolipidios fazem parte de um grupo que chamamos de fosfolipídios. Os fosfolipidios são lipídios compostos por uma molécula de glicerol, por uma cadeia insaturada de ácido graxo e uma cadeia saturada, por um ou dois grupos fosfato e uma molécula polar ligada a ele. Fosfolipidios são moléculas anfipátias, ou seja, possuem parte da molécula que é hidrofílica e a outra parte que é hidrofóbica: Possuem uma cabeça constituída pelo grupo fosfato (polar) ligado a uma cauda constituída por cadeias de ácidos graxos (apolares). Na membrana celular as cabeças polares ficam voltadas para o exterior e as caudas apolares para o interior.

Bicamada fosfolipídica. Ilustração: OpenStax / via Wikimedia Commons / CC-BY 4.0 [adaptado]

Glicerofosfolipidios

Os glicerofosfolipidios, também chamados de fosfoglicerídios, são fosfolipídios derivados do composto precursor ácido fosfatídico. São lipídios de membrana, compostos de dois ácidos graxos ligados ao primeiro e segundo carbono do glicerol por uma ligação éster e o grupo bem polar está ligado por uma ligação fosfodiéster ao terceiro carbono. Uma vez que os ácidos graxos que o compõem podem ser de qualquer tipo, um mesmo fosfolipídio pode ter moléculas distintas.

A parte X ligada à cabeça polar (grupo fosfato) pode variar, dando origem a diferentes glicerofosfolipídios.

Glicerofosfolipídio X
Ácido fosfatídico -
Fosfatidil etanolamina (Cefalina) Etanolamina
Fosfatidilcolina (Lecitina) Colina
Fosfatidilerina (Cefalina) Serina
Fosfatidilglicerol Glicerol

Alguns tecidos animais e até organismos unicelulares são ricos em lipídios éter. São glicerofosfolipídios nos quais uma das cadeias de ácido graxo está ligada ao glicerol por ligação éter, em vez de éster. Se entre o C1 e C2, da cadeia de ligação com éter, tiver uma dupla ligação, chamamos essa molécula de plasmalogênio. Aproximadamente, metade dos fosfolipídios do coração são plasmalogênios.

Plasmalogênio.

Esfingolipídios

Os esfingolipídios são uma classe de lipídios de membrana formado por uma molécula de aminoálcool, esfingosina (de cadeia longa) ou um de seus derivados, um ácido graxo de cadeia longa e a cabeça polar unido por uma ligação glicosídica ou ligação fosfodiéster.

Dentre os esfingolipídios existe um que é classificado como fosfolipídio: são as esfingomielinas. O grupo polar deste fosfolipídio contêm fosfocolina ou fosfoetanolamina, parecendo muito com as fosfatidilcolinas na estrutura tridimensional, sem terem cargas líquidas em seu grupo de cabeça. Além de estarem presentes nas membranas plasmáticas dos animais, as esfingomielinas estão elevadas nas mielinas, daí o seu nome.

Esfingolipídio. Ilustração: Karol Langner / via Wikimedia Commons / PD

Cardiolipina

A cardiolipina é um difosfatidilglicerol, uma molécula de glicerol se liga a duas moléculas de ácido fosfatídico. Ela é um fosfolipídio de grande importância, que está presente na membrana interna da mitocôndria de plantas e animais.

As membranas das células normalmente têm seus lipídios repostos. A degradação dos fosfolipídios ocorre nos lisossomos, onde existem enzimas específicas para hidrólise de cada um deles. Um ou dois ácidos graxos são removidos por fosfolipases do tipo A, como produto temos um lisofosfolipídio. Entram em cena as lipofosfolipases para removerem os ácidos graxos restantes.

Referências:

Nelson, D. L; Cox, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5o ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 349-355 p.

Arquivado em: Bioquímica
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: