Síndrome de Melkersson-Rosenthal

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Síndromes
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

A síndrome de Melkersson-Rosenthal refere-se a uma desordem neurológica rara, caracterizada pela tríade edema orofacial, paralisia facial recorrente e fissura lingual.

Foi relatada pela primeira vez por Hubschman, no ano de 1894 e, por conseguinte, por Rossolino, em 1901. O primeiro relatou a associação entre a paralisia facial periférica com o edema facial, enquanto que o segundo adicionou a frequente presença de enxaqueca ao quadro. Mais tarde, em 1928, Melkersson relatou detalhadamente o caso de uma mulher de 35 anos que apresentou paralisia facial recorrente e edema facial e, posteriormente Rosenthal aglutinou às características da síndrome, a presença da língua fissurada, firmando a descrição clássica do transtorno.

Estima-se que este transtorno afete aproximadamente 0,08% da população mundial, embora seja provável que muitos casos não sejam notificados.

Costuma surgir durante a infância ou início da adolescência. Após ataques recorrentes, o inchaço pode aumentar e persistir, tornando-se permanente.

Os sintomas podem ocorrer simultaneamente ou isoladamente, com intervalo que varia de meses a anos. São raros os quadros que apresentam a tríade, habitualmente, configuram-se pela manifestação de apenas um ou dois sintomas.

O principal achado é o edema orofacial, que é indolor, não eritematoso, não pruriginoso e assimétrico. Costuma surgir no lábio superior, podendo alcançar de duas a três vezes de seu tamanho normal. Também pode ser observado nas bochechas, lábio inferior, nariz, pálpebras, mucosas dos maxilares e região temporal. O edema pode ser uni ou bilateral, normalmente surgindo ipsilateralmente à paralisia, quando esta também se encontra presente.

Com relação à paralisia facial, esta pode ser uni ou bilateral, completa ou incompleta e costuma surgir antes dos 20 anos de idades, comumente resultando em recuperação total. Ao passo que a doença progride, os episódios de paralisia tornam-se mais frequentes e duradouros, podendo afetar o nervo corda do tímpano, afetando a gustação de parte da língua.

A língua fissurada, também chamada de língua plicata, trata-se de um achado comum da síndrome em questão. Considera-se uma variação anatômica de portadores desta desordem, não representando significado patológico. Embora esse achado seja comum, não é imprescindível para o estabelecimento do diagnóstico da síndrome de Melkersson-Rosenthal.

Outras manifestações clínicas menos significativas que podem ser encontradas nesta síndrome incluem:

Não se sabe ao certo ainda a causa desta síndrome. Contudo, diversas teorias tentam explicá-la, englobando fatores genéticos, alérgicos e infecciosos.

Para o tratamento desta desordem, os corticosteroides têm sido utilizados para tratar o edema e a paralisia facial, pois esses fármacos podem diminuir o edema do nervo e acelerar a melhora clínica do quadro de paralisia. Antibioticoterapia sistêmica também tem sido utilizada, porém apresentando resultados questionáveis.

Fontes:
http://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Melkersson-Rosenthal
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72992002000500024&script=sci_arttext
http://www.revistacirurgiabmf.com/2006/v6n1/pdf%20v6n1/4.pdf

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!