Tétano

Por Claudia de Carvalho Falci Bezerra

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

Categorias: Doenças bacterianas
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O tétano é uma doença contagiosa que pode se tornar muito grave e levar a morte se não for prevenida com vacinas ou tratada a tempo. Pode acometer indivíduos de qualquer idade e não é transmissível de pessoa a pessoa. A doença ocorre mais frequentemente em locais onde há pouca cobertura vacinal e também onde não há atendimento médico adequado.

Agente etiológico

O agente causador do tétano é a bactéria anaeróbia gram-positiva Clostridium tetani, que facilmente forma esporos, que são as formas de resistência. Os esporos podem ficar viáveis por muito tempo em qualquer ambiente. São encontrados no solo, e também nos intestinos e fezes de animais e humanos, onde instalam sem causar a doença. Quando o indivíduo se fere (com objetos cortantes ou em uma queda em solo contaminado, por exemplo), os esporos germinam e produzem uma neurotoxina muito potente chamada tetanospasmina que se dissemina para o corpo através do sistema circulatório.

Transmissão

A transmissão ocorre através de ferimentos (tétano acidental) ou através do cordão umbilical no momento do parto (tétano neonatal).

Tétano acidental

A contaminação ocorre através de acidentes em superfícies (ferros enferrujados, solos, poeira, esterco) contaminadas com os esporos da bactéria.

Tétano pode ser adquirido por meio de objetos enferrujados. Foto: Amateurs / Shutterstock.com

Tétano neonatal

Também conhecido como tétano umbilical ou “mal dos sete dias”, ocorre em recém-nascidos cujas mães não se vacinaram contra o tétano antes ou durante a gravidez. A contaminação ocorre durante o corte do cordão com objetos não esterilizados (ou esterilizados inadequadamente) e a utilização de substâncias contaminadas (pó de café, fumo, esterco, etc) durante a limpeza do coto umbilical.

Sintomas

Tétano acidental: O período de incubação é de 10 dias podendo variar de 2 a 21 dias. Os principais sintomas do tétano são cefaleia, febre, dores musculares, principalmente no pescoço. É muito comum também a ocorrência do trismo (trincar dos dentes). Não sendo tratada, ocorre a paralisia total dos músculos respiratórios, levando a morte por asfixia.

Tétano neonatal: o período de incubação é de 7 dias (variando entre 7 e 14 dias). Os sintomas se caracterizam por: choro constante, irritabilidade, dificuldade para mamar e abrir a boca, rigidez na nuca, tronco e abdome, mãos fechadas, flexão dos punhos (como se fosse um boxeador), dificuldade respiratória, olhos fechados, contratura abdominal (muito confundida com cólica intestinal). Pode ocorrer febre baixa. Com o agravamento do quadro, o bebê para de chorar e há o aumento da apneia (ausência de respiração), podendo levar ao óbito.

Diagnóstico

Não depende de exames laboratoriais. É um diagnóstico clínico-epidemiológico.

Tratamento

Em casos mais simples, o uso do soro antitetânico logo após o acidente já é suficiente. Nos casos mais graves, o paciente deve ficar internado em hospital para que seja administrado soro antitetânico combinado com antibióticos e seja feita a limpeza do ferimento. A internação é longa (3 a 15 semanas) e cara.

Prevenção

A prevenção do tétano é simples. Basta seguir o esquema de vacinação proposto pelo Ministério da Saúde: vacinação aos 2, 6, e 15 meses e depois aos 4 a 6 anos. Depois disso, a vacina deve ser renovada de 10 em 10 anos, inclusive nos adultos.

Bibliografia:

Soares, JL. Programas de Saúde. Editora Scipione

Tétano. Disponivel em: http://www.cives.ufrj.br/informacao/tetano/tetano-iv.html

Tétano neonatal. Disponível em http://www.riocomsaude.rj.gov.br/site/conteudo/ficha.aspx?c=59

Tortora, Gerard J. Microbiologia. 10. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2012.

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