Ópio

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A palavra ópio em grego significa suco, o qual é obtido realizando-se incisões na cápsula de uma planta quando ainda verde, denominada Papaver somniferum, mais popularmente conhecida como papoula do Oriente, que é originária da Ásia Menor e cultivada na China, Irã, Índia, Líbano, Iugoslávia, Grécia, Turquia e sudoeste da Ásia. Desta mesma planta, também podem ser extraídas várias outras substâncias com propriedades farmacológicas.

Papaver somniferum, de onde o Ópio é obtido. Foto: df028 / Shutterstock.com

Papaver somniferum, de onde o Ópio é obtido. Foto: df028 / Shutterstock.com

O ópio é produzido à partir deste suco resinoso, que é um látex leitoso e coagulado, que depois de seco, torna-se uma pasta de cor acastanhada, e então é fervida para transformar-se em ópio, que por sua vez tem um cheiro típico e desagradável, manifestando-se potencialmente com o calor, de sabor acre e amargo.

Atualmente, o ópio é ilegal e considerado uma das substâncias mais viciantes que existem, no entanto possui propriedades anestésicas, e por milhares de anos foi utilizado como sedativo e tranquilizante, e também ministrado como remédio para diarréia, gota, diabetes, disenteria, tétano, insanidade e ninfomania.

Do ópio também pode-se obter opiáceos naturais , como a morfina (alcalóide com efeito narcótico), e a codeína, e os opiáceos semi-sintéticos, onde temos como exemplo a heroína. Ainda temos as substâncias totalmente sintéticas, isto é fabricadas em laboratório que denominam-se opióides, que são narcóticos ou hipnoanalgésicos, ou seja, tem efeito analgésico e hipnótico (dão sono), utilizados sob prescrição médica como medicamentos, em casos extremos sem que se tenham outras opções.

Efeitos

De um modo geral. todos os opiáceos e opióides são depressores do SNC (Sistema Nervoso Central), ou seja, diminuem o seu funcionamento, produzindo uma hipnose e uma analgesia, mas, estão diretamente relacionados às doses administradas, pois quando utilizadas em doses maiores que a terapêutica poderão deprimir algumas outras regiões cerebrais, como por exemplo, a freqüência cardíaca, a respiração, pressão sangüínea, etc.

Algumas dessas drogas tem efeito farmacológico, quando administradas corretamente, e sob prescrição médica, como é o caso da codeína, muito eficiente como anti-tussígeno (contra a tosse). No caso de uso de substâncias ilícitas ou sem indicação médica flagra-se o que chama-se de abuso, onde o indivíduo estará sujeito à ações indiscriminadas e imprevisíveis da droga.

No caso do ópio, quando utilizado, na forma de pó, cápsulas, comprimidos, ou chás seus efeitos , durarão aproximadamente de três à quatro horas e dependerão da quantidade de droga utilizada, da freqüência do uso e das condições físicas e psicológicas do usuário, podem ser agudos ou crônicos, porém, de um modo geral são os seguintes:

Físicos

Vômitos, náuseas, ansiedade, tonturas, falta de ar, contração acentuada da pupila dos olhos, paralisia do estômago, prisão de ventre., palidez, perda de peso, membros pesados, queda da pressão arterial, alteração da freqüência cardíaca e respiratória, podendo chegar à cianose(cor azulada da pele), com o uso crônico poderá ocorrer intensificação de alguns sintomas, tais como: má digestão e prisão de ventre crônicas e problemas de visão devido à miose.

Psíquicos

O uso freqüente do ópio e à longo prazo diminui a atividade cerebral podendo causar: deterioração intelectual, irritabilidade crescente, apatia, mente letárgica, indisposição, declínio dos hábitos sociais, diminuição da capacidade de vigília (provoca o sono), alteram os centros da dor, causam depressão geral do cérebro ocasionando uma perda de contato com a realidade e mente obnubilada (sem rumo).

Overdose

Quando ocorre um aumento nas dosagens, os efeitos poderão evoluir para casos de overdose, com sonolência descontrolada, coma e em casos mais graves, a morte por falha respiratória.

A overdose ainda poderá ocorrer por mistura da droga com álcool e barbitúricos.

Tolerância e dependência

A maioria das drogas inicialmente, parecem inofensivas, trazendo falsas sensações de bem-estar, relaxamento e tranqüilidade momentâneas, diminuição da ansiedade cotidiana, mudança de estados psíquicos, agitação e vivência de experiências e visões totalmente ilusórias.

Após esse período, e com o uso freqüente, poderá desenvolver-se a tolerância (que é a busca de doses cada vez mais elevadas para um mesmo resultado). com possível dependência física e psíquica (trata-se de necessitar do entorpecente para sentir-se bem ou até mesmo para viver), que varia de acordo com a substância utilizada.

Igualmente à seus derivados, o ópio provoca no organismo, a tolerância e não pode-se prever o ponto em que o indivíduo torna-se grave dependente. Nesse caso, o usuário deixa de sentir o estupor causado pela droga, porém neste estágio já encontra-se totalmente aprisionado, de uma vez que, normalmente não deixa de consumi-la para escapar da inevitável e terrível síndrome de abstinência, que pode iniciar-se dentro de aproximadamente doze horas e estender-se de um à dez dias, incluindo: cólicas musculares e abdominais, lacrimejamento, dores cruéis, insônia, falta de apetite, inquietação, sudorese, arrepios, diarréias, tremores, instabilidade emocional com crises de choro, vômito,náuseas e vertigens. Além disso o o uso da droga não poderá ser descontinuado abruptamente, ficando o usuário neste caso, sujeito a sua morte.

Tratamento

Como vimos o ópio e seus derivados são substâncias com grandes possibilidades de causar dependência e mudanças bioquímicas permanentes a nível molecular, ocasionando uma pré-disposição ao uso, que mesmo depois de anos de privação da droga , o ex-dependente poderá retornar ao vício.

De qualquer forma, havendo o desejo de descontinuar o seu uso este deverá ter acompanhamento médico com diminuição progressiva da dose de opiáceo com possível inclusão de medicamentos que auxiliam no abandono da droga.

Leia também:

Fontes:
- Oficina Ciência Viva
- CEBRID (Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas)
- UNIFESP/ EPM – Depto. de Psicobiologia

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