Dólar Americano

Por Ana Lucia Santana
Categorias: Economia
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O dólar é a moeda criada pelo governo norte-americano, vigente nos Estados Unidos e também em outros países, como fundo de reserva - parte dos lucros dos bancos ou empresas que não entra nos dividendos nem nas despesas gerais, porém continua depositado como capital para qualquer acontecimento excepcional -, ou até mesmo como dinheiro oficial.

A emissão de moedas está constantemente sob a supervisão da Reserva Federal dos Estados Unidos. Seu símbolo mais utilizado é o $, como nas moedas em geral. Já o FMI – Fundo Monetário Internacional – se reporta ao dólar como US$, emblema que se tornou popular no restante do mundo. Também pode ser USD, mais usado em bolsas de valores. Hoje esta moeda já não é mais tão desejada como antes, mas no auge do império norte-americano ele era com certeza o papel-moeda mais cobiçado do Planeta.

Na década de 40 ainda era complexo estipular o valor do dólar em relação às outras moedas em circulação, o que se tornou ainda mais difícil com as oscilações econômicas provocadas pela Segunda Guerra Mundial. Normalmente uma moeda é lastreada pelo ouro, e como os Estados Unidos já se destacava no cenário internacional, decidiu-se fixar um valor cotado em dólares para o grama de ouro.

Este método foi largamente usado até o princípio dos anos 70, quando esta unidade monetária já se encontrava abalada se comparada à sua cotação inicial. Assim, ele passou a não ser transformado diretamente em ouro, a partir de 1971. Nasceu então o câmbio flutuante, na esteira da velocidade moderna das transações comerciais e do desenvolvimento tecnológico incessante que marcam os nossos dias. Este contexto provocou o aparecimento do Forex – o Foreign Exchange, Mercado Internacional de Divisas. Nele se realizam permutas entre bancos poderosos, bancos centrais, multinacionais, governos, entre outros.

Atualmente, principalmente depois do surgimento do Euro – moeda única de 15 dos 27 países que compõem a União Européia -, em 2002, o dólar tem perdido seu poder. Governantes e investidores já não o vêem mais com bons olhos. Antes um sinônimo de equilíbrio e solidez, tem sido intensamente desvalorizado nos últimos tempos. Só neste ano já desvalorizou cerca de 7,4% do seu valor original, sem contar os índices de inflação. Em cinco anos ele perdeu 22,5% de sua valia.

Por conta desta depreciação do dólar, a população tem finalmente acesso à compra de objetos importados, pois estes ficaram muito mais baratos. Quanto aos investidores, porém, o cenário não é assim tão paradisíaco, porque ele não lhe proporciona lucros, e sim perdas consideráveis. No panorama mundial, há um maior equilíbrio do todo, o que proporciona um aumento do consumo nos países ainda em desenvolvimento e a redução deste nos EUA. Ocorre também uma queda das aplicações de corporações internacionais e de governos estrangeiros no capital em circulação neste país, o que provoca uma diminuição das dívidas norte-americanas. O combate à inflação nesta nação torna-se difícil, e o padrão de vida do cidadão americano cai sensivelmente.

Os norte-americanos contraíram uma dívida considerável com outros países e, além disso, seu consumo tem ultrapassado os recursos materiais à sua disposição. A decadência do dólar, papel-moeda verde e branco, que mede catorze por seis centímetros, com o rosto de Benjamin Franklin nele reproduzido, e a inscrição “In God We Trust “ – ‘Em Deus Nós Confiamos’ – impressa no verso, tem se intensificado mais à medida que a economia norte-americana é desacelerada e caem os juros. Seu destino, neste momento, está intrinsecamente ligado ao da vida político-econômica deste país. Se apesar de tudo os EUA se reerguer e continuar ocupando o papel de potência mundial, o dólar tem tudo para se recuperar.

Abril/2008.

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