Falência de um País

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É entendida como falência de um país o momento em que este, tal qual uma empresa, fica sem recursos para poder satisfazer os compromissos econômicos contraídos no plano externo, comprometendo, por conseguinte, a integridade do poder público no plano interno.

A atual crise financeira global tornou quase costumeiro o fato de que um banco, mesmo um dos grandes e famosos, possa falir. Entretanto, é difícil entender que um país seja passível de ir à bancarrota. A verdade é que ao longo da história existem vários exemplos de países que atingiram a lona, inclusive o Brasil, há cerca de 30 anos atrás, no apagar das luzes de seu regime militar.

Os problemas financeiros de qualquer país ocorrem geralmente quando há desvio de dinheiro por motivos estritamente políticos, que visam favorecer certo grupo com interesses específicos, em detrimento do conjunto daquele território em questão. Como exemplo disso, pode-se citar a Espanha do século XVI, que enfrentou a sua primeira falência econômica por obra de Maximiliano I, que contraiu enormes dívidas entre os príncipes eleitores germânicos para que Carlos I, seu neto, pudesse se tornar seu sucessor e maior monarca do mundo. O resultado foi que, o Império Espanhol experimentou alguns poucos anos de glória, mas logo entrou em franca decadência, da qual até hoje colhe os frutos.

Outro caso, muito mais recente é o do Zimbábue, país do sul da África, onde o ditador Robert Mugabe, presidente desde a independência do país, em 1980. De história conturbada, este território sofreu com um regime segregacionista promovida pelos colonos brancos estabelecidos à época do domínio britânico, que insistiam até mesmo em manter o nome de Rodésia, derivado de um infame capitalista colonial sul africano. Ao fim do regime segregacionista, iniciou-se uma política de revanchismo, onde todas as políticas governamentais eram elaboradas particularmente para beneficiar a população nativa negra. Fazendas, bens e contas em banco foram confiscadas, muitos abandonaram o país a contragosto, e o resultado de tal política revanchista foi o declínio econômico em áreas onde o país antes apresentava números positivos. Hoje, o Zimbábue é responsável por números absurdos de inflação, inéditos na história de qualquer nação, sendo que o governo até mesmo chegou a imprimir a incrível cédula de cem trilhões de dólares zimbabuanos.

No caso do Brasil, o país chegou ao fundo do poço devido a políticas equivocadas do governo militar instalado. Ernesto Geisel, presidente da Petrobrás pouco antes da Primeira Crise do Petróleo de 1973, ignorou completamente os avisos de alta estratosférica do petróleo, e como resultado, iniciou-se uma inflação que durou mais de vinte anos achatando os valores ganhos pelo trabalhador. Em fins da década de 1980, o país não tinha como pagar suas contas, pois o que gastava com o petróleo, além do dinheiro retirado por investidores estrangeiros, tornava impossível equilibrar a balança de pagamentos, fazendo o país falir economicamente em 1979/80, em meio a não mais uma inflação, mas agora uma hiperinflação.

Atualmente, a Grécia, a Islândia, Espanha, Portugal, Irlanda sofrem com a crise iniciada no setor imobiliário dos Estados Unidos em 2008. Acostumados a receberem importantes financiamentos dos mandatários da União Europeia, estes países desistiram de investir nas próprias economias e passaram simplesmente a contar com as verbas provenientes dos fundos comuns da federação.

Bibliografia:
Um país falido. Disponível em <http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=114:um-pais-falido&catid=9:artigos&Itemid=83>. Acesso em: 25 set. 2011.

BECKER, Andreas. Crise global ameaça países da Europa de falência. Disponível em <http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3702501,00.html>. Acesso em: 25 set. 2011.

Arquivado em: Economia
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