Cãibra

Por Juliana Melatti

Graduação em Fisioterapia (Faculdade da Serra Gaúcha, FSG, 2014)

Categorias: Educação Física, Sistema Muscular
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Por ser um assunto ainda de origem desconhecida, a cãibra ainda divide opiniões em relação à sua origem e forma de tratamento. Sabe-se que sua ocorrência independe da prática da atividade física ou mesmo do sedentarismo, por isso ainda é considerada uma pergunta sem resposta exata, fazendo com que cada profissional da saúde siga a teoria que mais lhe parece coerente. Alguns autores afirmam que as cãibras podem ser decorrentes de patologias congênitas, assim como podem surgir após atividade física, em repouso, por deficiência de alguns componentes na alimentação, entre outros fatores.

Foto: Blazej Lyjak / Shutterstock.com

Para entender os fatores que podem gerar a cãibra, é importante salientar como acontece a contração muscular. Vale lembrar que o músculo esquelético é um músculo de contração voluntária, formado por um grande número de fibras musculares, dividindo-se em subunidades denominadas miofibrilas. Para cada miofibrila existe uma terminação nervosa, denominada motoneurônio, que será responsável pela resposta ao movimento. Nessas miofibrilas encontram-se os componentes contráteis (actina e miosina) que serão responsáveis pela contração muscular. Para que haja a contração muscular, é necessário que haja um impulso nervoso em um motoneurônio que, quando for recrutado, irá secretar a acetilcolina nas fibras musculares, fazendo com que a membrana da fibra muscular absorva maior quantidade de íons de sódio para seu interior. Esse íon atuará diretamente originando um potencial de ação para despolarizar a membrana da fibra muscular, para que o retículo sarcoplasmático libere grandes quantidades de íons de cálcio nas fibras musculares. Consequentemente abrem-se os sítios ativos da actina e miosina, fazendo com que ambas deslizem entre si, realizando a contração muscular. Para finalizar a contração, fecham-se os canais de sódio no retículo sarcoplasmático, normalizando a ação da troponina e tropomiosina que impedirão a ação entre a actina e miosina, bloqueando assim o sítio ativo das moléculas, finalizando assim o ciclo da contração muscular.

Segundo estudos, o conjunto de músculos afetados são contraídos de forma involuntária, gerando dor, porém a sensação de espasmo se dá devido ao relaxamento de algumas fibras musculares enquanto um conjunto de fibras adjacentes acabam contraindo, gerando a sensação de espasmo muscular. Devido à incerteza quanto à origem da cãibra, foram desenvolvidas teorias que podem justificar o aparecimento da mesma, tais como:

Como tratamento desse desconforto, recomenda-se que a área afetada seja alongada e massageada para que consiga alcançar o relaxamento, assim como a aplicação do calor. Para que o indivíduo possa evitar o surgimento de cãibra, recomenda-se a ingesta acentuada de água, alimentação rica em magnésio, atividade física seguida de alongamentos além de um período de repouso de pelo menos 12 horas, afim de buscar a recuperação muscular para que possam ser prevenidas possíveis lesões.

Bibliografia:
GALI, Julio C. Lesões musculares. Disponível em http//www.apice.med.be/lesões.html.

GUYTON, Arthur C. Fisiologia humana. Traduzido por Charles Alfred Esberard. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

SILVA, O.C. O surgimento de cãibra e análise do processo de mecanismo de contração muscular. REVISTA DIGITAL. Ano 14. N.131. Buenos Aires, 2009.

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