A Idade do Ferro faz parte do que conhecemos como Idade dos Metais, que é subdividida em Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro, marcando o fim do que chamamos de pré-história. Entretanto o termo pré-história é comumente utilizado para designar os povos e ações humanas no tempo anterior à escrita. Sabe-se, pelo estudo de artefatos e objetos deixados por estes povos, que não é possível considera-los apenas como pré-históricos. O termo carrega a ideia que a história só existe quando existe escrita e as ações dos homens na terra podem ser analisadas por outros meios que não só os documentos escritos, como é o caso dos grupos humanos que viveram no período denominado de Idade do Ferro.

Ferramentas de ferro encontradas onde hoje é o Belarus. Foto: Dzmitry Samakhvalau / via Wikimedia Commons [CC-BY-SA 4.0]
A Idade do Ferro marca, portanto, uma era arqueológica referente à utilização deste metal na fabricação de ferramentas e armas. A principal datação é a de que este período durou de 1.200 a.C. a 550 a.C. Entretanto já há indícios da utilização do ferro desde 3.200 a.C., mas sua larga utilização não se espalhou até o completo domínio da técnica fosse desenvolvido. Esta técnica envolvia a capacidade de fundição do minério de ferro; a remoção das impurezas; e a regulação da quantidade de carbono. Somente após o domínio desta técnica que utilização do ferro foi disseminada. Assim, mesmo que os primeiros artefatos encontrados no Egito datem de 3.200 a.C., eles não são suficientes para estabelecer o início da Idade do Ferro a partir deste século pois, até então, o bronze era o material mais utilizado para confeccionar as armas e ferramentas necessárias para estas sociedades.
Assim, o ferro substituiu o bronze pois era mais facilmente encontrado e a durabilidade dos materiais confeccionados era maior. Não há, entretanto, nenhuma ruptura brusca que marque o fim da Idade do Bronze e o início da Idade do Ferro, e durante o início da última há uma certa continuidade com as culturas da primeira.
No Oriente Próximo o ferro teve um uso limitado inicialmente, e era conhecido desde 3.000 a.C. como um metal precioso e raro. Somente séculos depois que o conhecimento do manuseio do ferro se difundiu e marcou a vida cotidiana dessas populações. Entre 1.200 e 1.000 a.C. o que se viu foi uma troca de conhecimento que se espalhou e que fez do ferro um metal utilizado para além da confecção de artefatos cotidianos mas também para feitura de adornos como joias.
É o domínio do ferro que marca a transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, pois, a partir do conhecimento técnico do seu manuseio novos artefatos puderam ser confeccionados. A arqueologia mostra que o desenvolvimento destas sociedades, mesmo que ágrafas, envolve ações de homens e mulheres no tempo e, portanto, são também históricas.
Referências:
https://global.britannica.com/event/Iron-Age
http://www.bu.edu/anep/Ir.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/idade-do-ferro/