Queremismo

Graduada em História (UVA-RJ, 2014)

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O ano de 1945 ficou marcado por tensões políticas no Brasil. A ditadura de Getúlio Vargas estava chegando ao seu fim depois de longos 15 anos de vigência. Os partidos políticos desejavam o fim do Estado Novo, com o objetivo de realizar eleições presidenciais para o início de uma verdadeira democracia. Vargas ainda como presidente em exercício enviou para a Itália soldados brasileiros (os pracinhas), que lutariam a favor dos Aliados. Essa ação de Vargas irritou ainda mais seus os opositores. Outro fator que também incomodava a oposição a Vargas era centralização do governo.

Diante dessa conjuntura política até Getúlio Vargas concordava que a melhor escolha era abandonar seu posto de presidente da República, com intuito de no futuro poder disputar novamente algum cargo político. Então, Vargas permitiu que partidos se organizassem e indicassem candidatos, e marcou eleições para o cargo de presidente da República no dia 2 de dezembro de 1945.

Todavia, entre os meses de março e maio no estado de São Paulo surgiram as primeiras manifestações de oposição da destituição de Getúlio Vargas, o movimento chamava-se panela vazia. E também no mês de maio, os trabalhadores urbanos e simpatizantes do populismo varguista com a mesma reivindicação do movimento panela vazia, saíram às ruas para protestar. Com palavras de ordem, faixas e cartazes milhões de pessoas gritavam “Queremos Getúlio”, por essa razão o movimento ficou conhecido como Queremismo.

Protestos do movimento conhecido como Queremismo. Foto: CPDOC/FGV.

As principais solicitações do movimento Queremismo eram o adiamento imediato das eleições para presente e a instalação de uma Assembléia Nacional Constituinte. Porém, caso as eleições ocorressem queriam Getúlio Vargas como candidato. Vargas tinham também o apoio do Partido Comunista Brasileiro (PCB) para continuar na presidência, pela razão que havia apoiado os Aliados na Segunda Guerra Mundial — a União Soviética também fazia parte do grupo.

Queremistas exigiam permanência de Getúlio Vargas na presidência. Foto: CPDOC/FGV.

No mês de julho ocorreu a maior manifestação do Queremismo onde os pracinhas retornaram ao país, e desfilaram pelo estado do Rio de Janeiro ao lado do presidente que estava em carro aberto. Vargas mais confiante sobre suas ações e apoio popular, resolveu nomear seu irmão Benjamin Vargas como chefe de Polícia do Distrito Federal, em outubro. A oposição ao seu governo interpretou tal ato como ação de permanência do poder, e logo foi impedido.

Em 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi destituído do seu cargo de presidente da República, pelo ministro da guerra Góes Monteiro. Após esse feito, o movimento do Queremismo perdeu suas forças, chegando ao seu fim.

Vargas nas eleições do mesmo ano se candidatou como senador do estado do Rio Grande do Sul, onde nasceu. Seu mandato como senador não teve grandes feitos como político. Mas no ano de 1950, se candidata como presidente e é eleito pelo voto popular.

Referências bibliográficas:

CPDOC FGV. Queremismo. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/QuedaDeVargas/Queremismo>.

LINHARES, Maria Yedda (ORG.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

SKIDMORE, Thomas E. Brasil : De Getúlio Vargas a Castelo Branco. São Paulo: CIA das Letras, 2010.

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