Besouros

Graduada em Ciências Biológicas (UNESP, 2001)
Mestre em Agronomia (UNESP, 2005)
Especialização em Gestão Ambiental (Anhanguera, 2010)

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Os besouros pertencem ao Filo Artropoda, Classe Insecta, Ordem Coleoptera. São facilmente identificados pela presença dos élitros, o primeiro par de asas bem resistente de consistência coriácea ou córnea que protege o segundo par de asas que são membranosas. Algumas espécies têm importância agrícola com espécies fitófagas que são consideradas praga e também espécies predadoras utilizadas para o controle de outros insetos, ou seja, importantes no controle biológico.

Morfologia

Como características principais apresentam:

  • Cabeça arredondada (maioria) ou alongada que forma um rostro com aparelho bucal no ápice;
  • Protórax desenvolvido;
  • Ocelos nas larvas e olhos compostos circulares ou elípticos nos adultos;
  • Aparelho bucal mastigador bem desenvolvido;
  • Pernas ambulatórias (andar), fossoriais (cavar) e natatórias (espécie aquáticas);
  • Primeiro par de asas modificados em élitros e segundo par asas membranosas
  • Abdome séssil, com 10 urômeros nos machos e 9 nas fêmeas; onde se encontram os espiráculos (respiração).

Algumas espécies de besouros. Foto: gstalker / Shutterstock.com

Reprodução

A reprodução é sexuada com algumas exceções que podem realizar partenogênese telítoca (óvulos se desenvolvem sem a fecundação, somente por fêmeas). A maioria coloca ovos, mas podem ter espécies ovovivíparas ou vivíparas. Os ovos são alongados e lisos, postos sozinhos ou em grupos. Dos ovos eclodem larvas que sofrem ecdises transformando-se em pupas, e posteriormente em adultos. Ou seja, esses animais tem o desenvolvimento completo (holometábolos) com fases jovens diferentes do adulto.

Bioluminescência

Presente nos vaga-lumes e pirilampos, é obtida por uma reação química de oxidação da luciferina com água sob a ação da enzina luciferase, produzem oxiluciferina e raios luminosos. Tanto machos quanto fêmeas têm capacidade de bioluminescência (GALLO, 2002).

Importância Agrícola

Joaninhas e Controle Biológico

Os besouros da família Coccinelidae tem muitas espécies predadoras de pulgões, cochonilhas que são insetos considerados pragas de roseiras e citrus. Assim, desempenham um importante papel no Controle Biológico desses insetos. Como exemplo, temos a joaninha Cycloneda sanguínea da família Coccinelidae (GUERREIRO, et.al., 2005). É uma espécie de joaninha com corpo arredondado, muito conhecida por apresentar élitros vermelhos, sem manchas. Na cabeça tem manchas negras em uma área clara que se assemelham a olhos. É comum em jardins, predando pulgões de roseiras. Seus ovos são amarelos e longos, suas larvas passam por quatro estágios ninfais antes de tornarem-se adultas e muitas vezes são confundidas com pragas da roseira. Em laranjeiras, são predadoras de cochonilhas como as espécies Chrysomphalus fícus, Lepidosaphis beckii, Pinnaspis aspidistrae, Parlatoria cinérea, Selenaspidus articulatus, entre outras (Gallo, 2002, p. 621).

Importância econômica

Há um grande número de besouros que são considerados pragas agrícolas e outras que atacam os grãos armazenados, livros e cabos de chumbo de linhas telefônicas. Como exemplos temos o besouro Castanho (Tribolium castaneum), um besouro de coloração marrom avermelhada, que mede entre 2,3 a 4,4 cm de comprimento. Apesar do pequeno tamanho, vivem até 4 anos e podem ser responsáveis pela perda total de armazéns em todo o mundo pois ataca todos os tipos de cereais moídos como farelo, rações, farinhas, fubá e também raízes de gengibre, frutos secos, chocolate, nozes, grãos de leguminosas.

Referências:

GALLO, D. (in memorian) et. al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002.

GUERREIRO, J.C. et. al. Ocorrência estaciona das principais espécies de Coccinellidae predadores de Toxoptera citricida nos citros. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, Garça, ano 4, n. 7, junho de 2005.

Arquivado em: Insetos
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