O Auto da Alma

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O Auto da Alma é uma composição dramática que faz parte do teatro de Gil Vicente, e que foi apresentado à corte no ano de 1518. Trata-se de uma peça de caráter religioso e moralista.

O teatro clássico era dividido em tragédia e comédia. A tragédia possuia uma linguagem mais erudita e um vocabulário bem seleto, era o gênero mais apreciado pela alta sociedade, pela corte e pelas classes cultas. Já a comédia utilizava linguagem popular bem como personagens “do povo”, visto que era o gênero mais apreciado pela população mais pobre. Havia também o gênero épico, que trazia narrativas que contavam os feitos heroicos dos personagens.

As peças de Gil Vicente se encaixavam melhor no gênero épico, pois retratavam um conflito central que ocorria entre os episódios, e do qual todos os personagens participavam. A peça ficava mais tensa no início e no final, onde mostrava a causa e o efeito do conflito. Alguns autores as chamavam de peças dramáticas, pois desenvolviam uma história com começo, meio e fim. O autor foi considerado um inovador para o conhecido teatro litúrgico, devido à sua criatividade na abordagem dos temas religiosos.

No Auto da Alma a situação conflituosa é gerada por uma alma que deve voltar à sua unidade divina, mas acaba encontrando outros interesses que divergem deste propósitos. O Diabo tenta a todo custo seduzi-la com as riquezas da terra, enquanto o anjo busca dissuadi-la das tentações do Diabo. As ações da peça são representadas pelas paradas da alma pelo caminho, ao ouvir as tentações diabólicas. O conflito só é resolvido quando o anjo e a alma se encontram em frente a Madre Santa Igreja e esta lhe absolve dos pecados pelas lágrimas e sofrimentos de Jesus, que morreu para a redenção dos pecados. A peça é carregada de tensão do começo ao fim, visto que a alma fica o tempo todo dividida entre o desejo de continuar o caminho e as tentações.

É uma típica peça moralista, tendo como tema a teoria cristã que afirma que a alma é perseguida a vida toda pelo Diabo com suas tentações. Pelo outro lado, o Anjo Custódio a incentiva a permanecer no bom caminho.

Gil Vicente estabelece um contraste entre a alma com suas aspirações ao Céu e os adereços (braceletes, sapatos, jóias) com que o Diabo lhe adorna. Vendo a alma (estritamente espiritual) adornada com objetos que representam a vaidade humana faz com que seja feita uma oposição entre o terreno e o celestial. É esta alegoria que constitui o Auto.

Fontes:
http://franciscomuriel.blogspot.com.br/2007/10/analiseauto-da-almade-gil-vicentelit.html
http://www.carloscorreia.net/citi2/cultura/teatro/dramaturgos/gil_vicente/auto_alma.html
http://www.superdownloads.com.br/download/53/auto-da-alma-gil-vicente/
http://www.infopedia.pt/$auto-da-alma
http://www.gilvicente.eu/autos/1504-1508/alma.html

Arquivado em: Livros
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