Antropozoomorfismo

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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Antropozoomorfismo é a atribuição de características a seres metade homem metade animal.

A cultura do Antropomorfismo é antiga na história da humanidade, serviu para embasar argumentos, contos, narrativas e elementos constituintes de diversas sociedades. Da mesma forma, é embasamento recorrente em obras de arte, sobretudo literatura.

Na cultura ocidental, o Antropomorfismo consolidou-se após a influência dos textos filosóficos de São Tomás de Aquino. Seus seguidores encarregaram-se de eternizar a antropomorfização na cultura do cristianismo. Mas muito antes disso, na Grécia Antiga, por exemplo, o Antropomorfismo já estava atrelado ao culto de divindades, favorecendo na disseminação de mensagens através da humanização de seres. Ou seja, a mitologia grega é bastante calcada no Antropomorfismo.

A atribuição de imagem e de comportamento humano do Antropomorfismo não se restringe apenas a animais, engloba também materiais, objetos inanimados, plantas e qualquer outro ser ou elemento tangível ou imaginável. O recurso obteve muito sucesso para transmitir mensagens metafóricas de cunho religioso, moral ou social. Os contos de fada talvez sejam o veículo que melhor exemplifique o uso da antropomorfização. Neles, seus personagens, muitas vezes não humanos, transmites mensagens e ideais ao se recorrer ao estilo humanizado das coisas e dos seres. É importante ressaltar, como já demonstrado antes, que a antropomorfização não é um recurso utilizado apenas em obras infantis, é exemplo em várias sociedades abarcando questões distintas. Porém é de se reconhecer que o Antropomorfismo tem grande visibilidade atualmente em função da notória expansão dos desenhos animados e suas tecnologias. Estas mesmas histórias infantis ganharam muito espaço na TV e no cinema e conquistaram um grande número de admiradores, incluindo adultos.

A antropozoomorfização é uma variante que prescinde do antropomorfismo. Nesse caso, os seres são representados como dotados de características metade humanas e metade animal. É também uma prática cultural de longa data, marcando profundamente a cultura de sociedades antigas. Os egípcios, por exemplo, eram grandes admiradores do Antropozoomorfismo, grande parte de seus deuses possuíam representações com esses traços culturais. Por sinal, os deuses mais importantes que veneravam eram antropozoomorfizados, como Anúbis, um deus com corpo humano e cabeça de chacal; e Hórus, deus com forma humana e cabeça de falcão. A Esfinge de Gizé, por exemplo, um dos símbolos mais cultuados do Egito e um dos pontos turísticos mais frequentados no mundo, é uma representação antrozoomórfica. Trata-se de um corpo de leão com cabeça humana. É a maior representação antropozoomórfica do mundo.

Por sinal, o Antropozoomorfismo é muito recorrente em religiões ao redor do mundo. Não só os egípcios cultuavam divindades que eram metade humanas e metade animais, mas tal característica também era comum na cultura clássica da Grécia, de Roma e de sociedades ameríndias pré-colombianas.

Fontes:
http://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/p3.php
http://stelarcmb3.blogspot.com.br/2009/03/antropozoomorfismo-e-hibridismo.html
http://www.recantodasletras.com.br/trabalhosacademicos/2363011

Arquivado em: Mitologia
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