Programação neurolinguística

Mestre em Neurologia / Neurociências (UNIFESP, 2019)
Especialista em Farmácia clínica e atenção farmacêutica (UBC, 2019)
Graduação em Farmácia (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012)

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A programação neurolinguística (PNL) é uma abordagem psicoterapêutica, de comunicação e de desenvolvimento pessoal criada por John Grinder e Richard Bandler nos Estados Unidos. Segundo eles há conexão entre a linguagem (linguística), padrões comportamentais aprendidos (programação) e os processos neurológicos (neuro) e todos eles podem ser alterados para alcançar metas na vida e informações específicas. Ainda de acordo com os criadores da técnica é possível modelar informações, permitindo que qualquer pessoa tenha acesso a habilidades antes impossível e além disso a técnica ajuda a tratar distúrbios motores, doenças psicossomáticas, depressão, fobias, alergias, distúrbios de aprendizado entre outros.

Imagem: TrifonenkoIvan / Shutterstock.com

Parte das informações obtidas na programação neurolinguística são extraídas de informações provenientes de estudos mais concisos como da neurolinguística. A neurolinguística é a parte da ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem. Estuda os mecanismos que suportam a produção, o conhecimento da língua em suas formas e a compreensão, pelo cérebro humano. Trata também a elaboração da linguagem e os distúrbios clínicos originados por conta de suas alterações. A neurolinguística portanto é uma disciplina com contribuição de diversas outras, como a linguística, neurobiologia e linguística computacional e a psicolinguística, portanto é considerada de natureza interdisciplinar. A neurolinguística também é associada ao estudo da afasia, cuja qual é a carência linguística gerada por lesões cerebrais específicas, sendo a afasiologia considerada base histórica da neurolinguística.

A utilização de diferentes tecnologias estão cada vez mais trazendo novos conhecimentos referentes à organização anatômica das funções da linguagem, e com estas tecnologias é possível analisar a energia desprendida pelo cérebro durante a realização de diferentes tarefas de processamento da linguagem e provar teorias cognitivo-computacionais da arquitetura da linguagem. A neurolinguística utiliza os modelos computacionais para expor a inconsistência de hipóteses acerca da organização neuronal da linguagem. O ramo da neurolinguística cresceu de forma considerável nos últimos anos graças ao avanços dessas tecnologias, e graças a esse avanço a linguagem se tornou algo de interesse fundamental na neurociência da cognição.

As técnicas de tomografia de emissão positrônica e o mapeamento funcional por ressonância magnética permitiram obtenção de imagens com alta qualidade e de alta resolução do uso de energia por diferentes vias cerebrais durante diversas atividades que envolvem processamento neurolinguístico, e até o momento, os resultados obtidos não contradizem os resultados previamente obtidos com a utilização de técnicas da afasiologia, corroborando cada vez mais os dados. Entretanto, apesar de eficientes, essas técnicas não são suficientes para a compreensão da produção de frases pois não geram imagens contínuas da atividade cerebral nessas funções. A psicolinguística também pode ser utilizada para o entendimento da neurolinguística, e é uma técnica bem utilizada. Muito ligado a neurolinguística está a psicolinguística cuja qual estuda os fatores que influenciam as estruturas psicológicas que nos capacitam a entender as palavras, orações e expressões, estuda também as conexões entre a linguagem e a mente. A psicolinguística está relacionada com a análise de processos que envolvem a comunicação mediante o uso da linguagem tanto escrita, gestual, oral etc.

Alguns estudiosos considera que a programação neurolinguística tenha falhas que vão desde erros metodológicos na pesquisa, provada por outros estudos de melhor qualidade que não conseguiram reproduzir a técnica,e erros factuais e inconsistentes com a teoria neurológica. Entretanto, a programação neurolinguística é utilizada por diversas empresas que investem muito nesse tipo de treinamento e hipnoterapeutas no mundo inteiro.

Referências:

Poeppel, D., & Embick, D. (2005). The relation between linguistics and neuroscience. In A. Cutler (Ed.), Twenty-first century psycholinguistics: Four cornerstones (pp. 103-120). Lawrence Erlbaum Associates.

Sampaio, Thiago Oliveira da Motta; França, Aniela Improta; Maia, Marcus Antônio Rezende (2015). «Linguística, psicologia e neurociência: a união inescapável dessas três disciplinas». Revista Linguíʃtica. (1).v11i1.644. Consultado em 29 de dezembro de 2019.

Isis Koelle Neurolinguística: o que é, como funciona e qual sua importância 1 de março de 2019

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