Explosivos

Doutora em Química (UFRJ, 2018)
Mestre em Química (UFRJ, 2012)
Graduada em Química (UFRJ, 2010)

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Explosivos são substâncias (ou um conjunto de substâncias) inflamáveis, que uma vez incendiadas, são capazes de liberar uma grande quantidade de gases e calor em uma velocidade alta. As moléculas dos explosivos são em geral muito instáveis ao choque e ao calor e por esta razão, quando confinadas tornam-se detonáveis devido à alta pressão que essas moléculas exercem no espaço em que se encontram. Os produtos de uma explosão são acompanhados da libertação de energia sob diversas formas, como elevação de temperatura, expansão dos gases, luz, ruído, etc.

Os explosivos foram descobertos na China, no século I, durante a Dinastia Han. Os alquimistas, procurando pelo elixir da longa vida, acidentalmente misturaram carvão, enxofre e salitre (nitrato de potássio) e criaram um pó preto capaz de sofrer explosões ao ser incendiado. Inicialmente a pólvora só era utilizada para fabricar fogos de artifícios e, somente no século X, passou a ser usada com outros propósitos. O frade alemão Berthold Schwarz, no início do século XIV, criou a primeira arma de fogo à base de pólvora.

Pólvora. Foto: Fablok / Shutterstock.com

Nos anos que se seguiram, desenvolveram-se diversos explosivos de qualidade superior, como a pólvora sem fumaça, feita pela primeira vez em 1867. Os explosivos atômicos foram detonados pela primeira vez em 1945, marcando o início de um terceiro estágio na história dos explosivos. Hoje em dia, a demanda de explosivos mais poderosos para os modernos programas espaciais, serve de estímulo contínuo aos engenheiros químicos. Se em tempos de paz a quantidade de explosivos industriais consumida já é grande, em tempos de guerra, as quantidades são imensas: entre janeiro de 1940 e o dia da vitória sobre o Japão na segunda guerra mundial (02 de setembro de 1945), por exemplo, foram fabricados, nos Estados Unidos, aproximadamente 25 milhões de toneladas de explosivos.

Alguns explosivos importantes

Nitroglicerina

Foi criada em 1847 a partir da reação da glicerina com ácido nítrico e ácido sulfúrico. É um líquido oleoso, altamente instável a calor, contato ou fricção. Além de detonador, é usada na medicina, no tratamento de doenças cardíacas, como a enfermidade isquêmica coronária, o infarto agudo de miocárdio e a insuficiência cardíaca congestiva.

Dinamite

Criada em 1867 por Alfred Nobel, é sintetizada unindo-se a nitroglicerina com dióxido de silício em pó e encartuchada em cilindros de papel parafina. É o explosivo mais utilizado em demolições e escavações da construção civil até hoje. Sua densidade energética é 60% maior que o TNT.

Trinitrotolueno (TNT)

Foi obtido em 1863 a partir da nitração total do tolueno. Possui emprego militar e civil, com grande estabilidade química e possibilidade de estocagem por longos períodos. Utilizado como reforçador de granadas, minas, torpedos, bombas de aviação e cargas de arrebentamento e como componente de dinamites e explosivos plásticos. Ele é ativado pela explosão de uma espoleta.

Ciclotrimetilenotrinitramina (RDX)

É um explosivo cujas propriedades se devem à presença de muitas ligações entre átomos de nitrogênio — em vez de oxigênio. Como essas ligações são extremamente instáveis, já que os átomos de nitrogênio tendem a se unir para formar N2, quanto mais ligações de nitrogênio existirem na molécula, mais explosivo será o material. O RDX contém mais ligações de nitrogênio que o TNT e por esta razão é mais potente.

Bibliografia:

Atkins, P.W., Jones, L., Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente 5ª ed., Porto Alegre: Ed. Bookman, 2012.

Usberco J., Salvador E., Química Geral, 12ª.ed., São Paulo: Saraiva, 2006.

http://www.profpc.com.br/Qu%C3%ADmica_Explosivos.pdf

http://www.imbel.gov.br/index.php/explosivos

Arquivado em: Produtos Químicos
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