Dom João VI

Licenciatura Plena em História (Faculdade JK-DF, 2012)
Pós-graduação em História Cultural (Centro Universitário Claretiano, 2014)

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Dom João VI nasceu no Palácio Real da Ajuda em Lisboa a 13 de Maio de 1767, oficialmente regente em nome de sua mãe D. Maria I, a partir de 1799. Ficou conhecido como “O Clemente”. Em um ato de consolidação da amizade com a coroa espanhola por parte dos seus pais, casou com Carlota Joaquina, filha do rei Carlos IV de Espanha quando ela ainda tinha 10 anos de idade e tiveram nove filhos em conjunto. Recebeu uma educação tão rigorosa quanto a do seu irmão e desde cedo preparava-se para ser apenas infante de Portugal, mas os rumos da história alteraram a sua vida.

Com a morte do herdeiro ao trono, seu irmão mais velho D. José e a do seu pai D. Pedro III, seguido do agravamento da situação mental de sua mãe, assumiu a regência em 1799 por esta não se encontrar em condições de ficar à frente dos destinos do país e posteriormente viria a ser Rei efetivo de Portugal.

Retrato de Dom João VI. Pintura de Jean-Baptiste Debret, 1817.

Foi responsável pela fuga da família real para o Brasil em 1808 e o tornou sede do governo português. Assinou a carta régia de 28 de Janeiro de 1808 que permitiu a abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior. Transformou o Brasil e Reino Unido de Portugal e Algarves e decretou igualmente a liberdade industrial revogando a lei de sua mãe que proibia o estabelecimento de fábricas na metrópole.

Teve um reinado marcado por conflitos e tumultos que assolaram a sua família e o seu governo, assim como a crise externa vivida em outras coroas europeias que resultaram em profundas mudanças. No meio de todas estas condicionantes o mundo mudava e o Rei teve dificuldades em acompanhá-las

A sua passagem pelo Brasil deixou inúmeras construções institucionais e serviços, sendo reconhecido como o impulsionador do Estado moderno brasileiro. Fundou a Academia Real Militar, o Jardim Botânico, o Arquivo Militar, A Biblioteca Real, a Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro, a Imprensa Régia, entre outras melhorias.

Em meio às crises governamentais ocorridas em Portugal pela falta do Rei, o povo português sentia-se abandonado à própria sorte e sozinhos tiveram que enfrentar fome, crise financeira e ainda lutar por sete anos contra o exército francês liderado por Napoleão Bonaparte, resultando em duzentos e cinquenta mil mortes.

O povo convocou uma assembleia constituinte exigindo a volta do rei D. João VI para Portugal e o juramento de uma nova constituição. Assumindo esta pesada decisão, atribuiu através de um decreto a Regência do Brasil ao seu filho D. Pedro I.

Faleceu no Paço da Bemposta em Lisboa no dia 10 de Março de 1826 envenenado. Carlota Joaquina de Bourbon deu graças por estar de novo de volta a Portugal e por tristeza de seu marido, teria repetidamente conspirado contra ele e a favor dos seus interesses pessoais, assim como do seu país natal (Espanha).

A historiografia tradicional retrata a visão antiga do rei como fujão, com pouco de poder de decisão, inseguro, grotesco e medroso, o que não passa de uma injustiça histórica, já que ele foi um rei extremamente inteligente e estrategista na medida em que defendeu Portugal da posse de Napoleão e o Brasil da independência por conta dos independentistas. Pode-se afirmar que ele se constitui como um dos personagens mais marcantes da história de Portugal e do Brasil.

Referências:

http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/joao6.html 19.01.2019.

https://www.ebiografia.com/domjoao_vi/ 19.01.2019.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal 19.01.2019.

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