Via-Láctea

Mestre em Astronomia (Observatório Nacional, 2016)
Graduado em Física (UFRPE, 2014)

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Uma galáxia é um grande grupo de estrelas, poeira e gás presos juntos pela gravidade que se manifesta de diferentes formas e tamanhos. Nossa galáxia é conhecida por Via Láctea ou apenas por Galáxia (com G maiúsculo). O nome galáxia vem do grego gala (leite) que foi dado devido ao rastro de luz possível de ver em noites escuras que os gregos antigos chamavam de “Caminho do Leite”. Até o início do século XX, acreditava-se que a Galáxia era todo o Universo, porém após a descoberta de outras galáxias, o nome “galáxia” passou a ser utilizado para denominar qualquer galáxia.

Toda a Via Láctea está em movimento devido a conservação do momento angular da sua formação, o que significa que o Sol, assim como as outras estrelas, orbitam o centro da Galáxia. A órbita do Sol é de 225 milhões de anos e nossa distância até o centro da Galáxia é de 8 kpc (aproximadamente 26.000 anos-luz).

O centro da Via-Láctea visto da Terra, em foto de longa exposição. Foto: sripfoto / Shutterstock.com

Estrutura da galáxia

A Via Láctea é uma galáxia espiral barrada: ela possui um disco, um bojo e o halo.

O disco é uma região com diâmetro de cerca de 100.000 anos-luz e espessura de 12.000 anos-luz e que gira de forma parecida com os planetas: as estrelas mais distantes do centro da galáxia se movem mais devagar do que as estrelas mais centrais. Nele estão contidos os braços espirais que, até 2005, acreditava-se que eram quatro, porém pesquisas mais atuais indicam que existam dois braços principais e vários outros secundários. O Sol se encontra na borda interna de um pequeno braço, o Braço do Órion, que é uma ligação entre dois outros braços maiores. Nos braços espirais se encontram nebulosas difusas, matéria interestelar, estrelas jovens e aglomerados abertos.

O bojo da Galáxia fica na direção da constelação de Sagitário e lá se encontram centenas de anãs brancas, estrelas de nêutrons, muito gás ionizado, buracos negros e um buraco negro central com massa de 4,3 milhões de massas solares, o que faz o bojo ser uma região extremamente densa (um milhão de vezes mais densa que nas proximidades do Sol). Por conter uma grande densidade de gás, no bojo ocorre muita formação estelar.

Toda a Galáxia está imersa em um halo esférico que é uma região envolta de galáxias espirais que contém aglomerados globulares, os quais são constituídos de estrelas velhas, então a população do halo é predominantemente vermelha.

Figura 1: Representação da Via Láctea em face-on, evidenciando os braços espirais e a localização do Sol. Fonte: NASA/JPL-Caltech

Formação da Via Láctea

Antes de se tornar a Galáxia onde vivemos hoje, a Via Láctea foi uma protogaláxia que iniciou sua formação a partir de uma grande nuvem de gás e poeira. As primeiras estrelas se formaram em regiões mais densas dessa nuvem que cobria milhares de parsecs, porém algumas estrelas se formaram antes da protogaláxia em pequenos sistemas que, posteriormente, se fundiram na Galáxia. A formação de estrelas no halo parou quando todo o gás e poeira colapsou, formando o disco.

O disco galáctico se formou a partir da contração de parte da nuvem inicial e se achatou devido à rápida rotação adquirida (devido a conservação do momento angular) e as estrelas ali presentes adquiriram a rotação do disco.

Leia também:

Bibliografia:

FILHO OLIVEIRA, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Astronomia e Astrofísica: 3. Ed. Rio Grande do Sul: Editora Livraria da Física, 2013

https://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n30_Muller/aula3/aula3a.pdf

http://www.ccvalg.pt/astronomia/galaxias/via_lactea.htm

http://www.astro.iag.usp.br/~jane/aga215/apostila/cap15.pdf

Arquivado em: Astronomia
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