Friedrich August von Hayek

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Friedrich August von Hayek nasceu em Viena em oito de maio de 1899, numa família de intelectuais: o pai August era médico e apaixonado por botânica, a mãe Felicitas era filha de um economista estatístico. Nobel em Economia em 1974, devido seu trabalho sobre os “booms” e colapsos econômicos; obteve doutorados da Universidade de Viena entre 1921 e 1923, em Leis e Política Econômica. Casou-se com Helen Berta Maria von Fritsch em 1926, com quem teve dois filhos: Christina Maria Felicitas e Lorenz Josef Heinrich von Hayek. Eles se divorciaram em 1950, semanas depois Hayek se casou com Helene Bitterlich. Morreu pouco antes de completar 93 anos, em 23 de março de 1992 na Alemanha.

Friedrich Hayek. Foto: Mises Institute.

Economista proeminente da Escola Austríaca, Hayek se debruçou sobre diversas questões, tendo mais de 130 artigos e 25 livros publicados que trataram de tópicos relacionados tanto à Economia como à Psicologia, Filosofia, Política, Antropologia Legal, Filosofia da Ciência e História das Ideias. Fez contribuições excelentes no estudo da intervenção do governo na economia, cálculo econômico sob o Socialismo e desenvolvimento da estrutura social.

No início de sua carreira, Hayek era um socialista fabiano que achava as posições de Ludwig von Mises muito radicais para seus gostos. Quando Mises fez sua crítica ao Socialismo, publicada em 1922, Hayek foi convencido em favor do Livre Mercado, tornando-se aluno de Mises e deixando o Socialismo completamente.

Os trabalhos contributivos de Hayek para a Economia e o Liberalismo se construíram à luz do programa de cooperação social desenvolvido por Mises, algo particularmente evidente em sua exposição dos problemas do Socialismo. Hayek e Mises trabalharam diretamente juntos por cinco anos num escritório do governo e desde 1927 no Instituto Austríaco de Pesquisa de Ciclo de Negócios que eles desenvolveram.

Através da Teoria do Dinheiro e do Crédito de Mises, Hayek aperfeiçoou a compreensão técnica do capital com detalhes institucionais da política de crédito. Seu primeiro livro, “Teoria Monetária e o Ciclo do Comércio”, publicado em 1929, analisava as consequências da expansão do crédito na estrutura da economia. Por causa do livro, Hayek foi convidado a palestrar na London School of Economics, palestras que foram publicadas no livro “Preços e Produção”, de 1931.

Hayek foi nomeado professor de Ciências Econômicas e Estatística na Universidade de Londres, e aos 32 anos já havia atingido o ápice da profissão econômica. Após a chegada de Hayek em Londres, um embate se desenvolveu entre ele e John Maynard Keynes, membro do serviço público britânico que servia na Comissão Governamental de Finanças e Indústria, autor que defendia a intervenção governamental na economia.

O debate entre Hayek e Keynes foi o mais fundamental na Economia Monetária do século XX. Keynes apresentava argumentos de intervenção governamental se utilizando da linguagem do Liberalismo, algo que lhe rendeu a insígnia de “salvador do Capitalismo”, quando na verdade ele era defensor da inflação e da centralização de poder (estatal) na economia.

Fato é que o Keynesianismo se tornou cada vez mais popular durante o século XX, e as contribuições de Hayek foram sendo renegadas. Mas Hayek encontrou o problema fundamental da economia de Keynes: sua incapacidade de compreender o papel desempenhado pelas taxas de juros e pela estrutura de capital na economia de mercado.

Quando a comunidade intelectual foi se tornando cada vez mais socialista, com a promessa de justiça social creditando o Socialismo como sistema econômico justo, Hayek era visto como um reacionário perdedor dos debates. Ele não se deu por vencido, e em 1944 publicou “O caminho da servidão”, com as observações que havia feito na Alemanha Nazista e que começavam a aparecer na Grã-Bretanha.

Além da impossibilidade técnica do cálculo econômico sob o Socialismo, Hayek fez os socialistas enfrentarem também o inevitável totalitarismo consequente. Afinal, a centralização de poder para decidir o que e como os indivíduos podem produzir, vender e consumir significa controle para ferir liberdades e negar direitos. O século XX está cheio de episódios de derramamento de sangue das vítimas de experimentos socialistas, tendo eles sido feitos por Stalin, Hitler, Mao, Pol Pot, e outros que cometeram crimes hediondos contra a humanidade em nome das variantes do Socialismo, um exemplo é o Holodomor. Hayek mostrou que o totalitarismo não é um acidente advindo de más escolhas de líderes que deturparam o Socialismo, e sim o resultado lógico da ordem institucional de seu planejamento.

Assista abaixo um documentário sobre a vida e o pensamento de Friedrich Hayek (ative as legendas clicando no ícone "CC" ou "Captions", na parte inferior direita do vídeo)

Arquivado em: Biografias, Economia
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