Glaucoma

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

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O glaucoma é uma neuropatia óptica caracterizada pela degeneração progressiva das células ganglionares da retina. É a segunda causa de cegueira global irreversível, após a catarata.

As células dos nervos ópticos e o sistema nervoso central também são afetados pela doença, o principal nervo que sai do olho é danificado. Informação sobre o que é visualizado pelo olho chega ao cérebro através desse nervo, e uma vez danificado, a visão é alterada. O resultado é uma visão irregular e nebulosa, com eventual perda da visão periférica do campo visual e, em uma fase tardia, a perda da visão central. Na maioria dos casos, o glaucoma está associado a hipertensão ocular, quando a pressão dentro do globo ocular está anormal.

Ilustração do globo ocular com glaucoma. Ilustração: TrifonenkoIvan / Shutterstock.com

A pessoa com a doença em estágio inicial geralmente não apresenta sintomas, eles vêm a se manifestar numa fase tardia. Com a progressão, a perda irreversível da visão torna-se de difícil tratamento.

Pode ser classificado em duas categorias: glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado.

No glaucoma de ângulo aberto a hipertensão intraocular está relacionada com a morte das células ganglionares da retina. A elevação da pressão ocorre devido ao desequilíbrio na produção do humor aquoso pelo corpo ciliar e sua drenagem por meio da rede trabecular, o que prejudica o fluxo sanguíneo retiano. É assintomático.

O glaucoma de ângulo fechado é causado por distúrbios na íris, no cristalino e nas estruturas retrolenticulares. Ocorre o bloqueio pupilar: o sistema de drenagem sofre um impedimento e não consegue drenar o humor aquoso, que acaba acumulando-se atrás da íris. Isso faz com que aumente a convexidade, causando o fechamento do ângulo entre a íris e o cristalino. Em alguns casos, ocorre o fechamento agudo do ângulo primário, uma condição clínica caracterizada por hiperemia conjuntival acentuada, edema corneano, pupila não reativa mediada, câmara anterior rasa e pressão intraocular muito alta. Nesses casos, os sintomas são a dor ocular, vermelhidão, náuseas, vômitos, visão embaçada e halos visuais.

Pessoas com histórico familiar para a doença podem ter elevadas chances de apresentar glaucoma, é o chamado glaucoma congênito. Os genes para as alterações anatômicas estão presentes no cromossomo 8.

O glaucoma secundário pode resultar de traumas, inflamações, de certos medicamentos como corticosteróides (colírios, por exemplo), tumores ou condições como dispersão de pigmento ou pseudoexfoliação.

Com um diagnóstico precoce e o seu monitoramento, o glaucoma pode ser tratado para que a pessoa mantenha uma visão útil por toda a vida. Existem três tipos de tratamento:

  • Iridotomia periférica a laser, procedimento que consiste em realizar um furo na íris para a eliminação do bloqueio pupilar. É efetiva em estágio inicial da doença.
  • Medicação tópica, para o controle da pressão total a fim de limitar os danos ao nervo óptico.
  • Cirurgia, indicado quando há redução inadequada da pressão intraocular ou para aqueles com progressão do dano no nervo óptico após o tratamento de aplicações de laser. A trabeculectomia faz um dreno no olho, e em combinação com a extração refrativa do cristalino pode ser indicada para os casos de uma pressão elevada em demasia, especialmente em casos mais avançados da doença.

Referências bibliográficas:

GOMES, T. T. Glaucoma and quality of life in Portuguese patients. Trabalho de conclusão de curso (Mestrado) – Universidade do Porto, Portugal, 2017.

Kingman, S. Glaucoma is second leading cause of blindness globally. Bull World Health Organ, v. 82, n.11. 2004.

WEINREB, R.; AUNG, T.; MEDEIROS, F. The Pathophysiology and Treatment of Glaucoma: A Review. The Journal of the American Medical Association, v. 311, n. 18. 2014.

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