Coluna Prestes

Graduada em História (UVA-RJ, 2014)

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No início do século XX no Brasil ocorreram revoltas tenentistas, entre elas a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922), a Revolta Paulista (1924), a Comuna de Manaus (1924) e por fim a Coluna Prestes que iniciou em 1925, tendo duração de dois anos. Todas as revoltas possuíam o mesmo ideal, lutar pelo fim da República Velha. A particularidade da Coluna Prestes perante as demais revoltas: foi a mais longa com a duração de dois anos e seu objetivo era realizar um levante da população contra o governo vigente.

Em abril de 1925, Luís Carlos Prestes liderou um grupo de militares no Rio Grande do Sul para formar a Coluna Prestes. Além disso, com o fim da Revolta Paulista em 1924 muito militares liderados por Miguel Costa dispersaram do interior de São Paulo para o estado do Paraná. Assim, encontraram com Prestes que vinha da cidade de Alegrete, no estado do Rio Grande do Sul. Dessa forma, paulistas e gaúchos uniram-se com o mesmo objetivo, percorrer o interior do Brasil promovendo um levante popular contra o governo.

Luís Carlos Prestes, 1930. Foto: Bundesarchiv, Bild 183-13290-0017 / CC-BY-SA 3.0

A Coluna Prestes iniciou a marcha com cerca de 1.500 homens, a maioria militar. Contudo, civis e mulheres adotaram o levante. O movimento percorreu aproximadamente 25.000 quilômetros e passou por 11 estados brasileiros. Por onde passaram os integrantes da Coluna Prestes informavam a população sobre as ações do governo e a situação social do Brasil, e apontavam suas propostas para melhorar cenário político e social do país.

O movimento ganhou apoio da população onde avançava, porém despertou ódio por parte dos coronéis a favor da República Velha. Apesar disso, não ocorreu registro de conflito significante entre os coronéis e os integrantes da Coluna Prestes, para isso os tenentistas usavam táticas de guerrilha. Como objetivo desse movimento era mais idealista, “levantar a população contra o governo”, do que provocar uma guerra civil, realizar bombardeios e luta armada talvez poderia repetir o desfecho insatisfatório da Revolução Paulista de 1924, onde a cidade de São Paulo ficou sobre destroços e a revolução não obteve êxito.

No ano de 1927, os participantes da Coluna Prestes estavam cansados de perseguições do governo e do tempo que marcha perdurava, dois anos. Então, os integrantes do movimento decidiram se exilar em países que faziam fronteira com o Brasil, parte foi para Paraguai e outra na Bolívia.

Luis Carlos Preste se exilou na Bolívia, e no ano de 1928 foi para Argentina estudar comunismo, que para ele era a solução para os problemas que existiam no Brasil. As ações realizadas pela Coluna Prestes por meios de comícios e manifestos nas regiões que percorreram foi importantíssimo para despertar conhecimento político e social na população. Podemos perceber tal relevância diante do apelido que Prestes recebeu pelo povo de “ O cavaleiro da esperança”.

A levante político e social da Coluna Prestes não teve impacto direto no governo, porém foi fundamental para desestabilizar a Oligarquia Cafeeira. Dando sequência o próximo levante que enfim destituiu a República Velha, a Revolução de 1930 liderada por Getúlio Vargas.

Referencias bibliográficas:

FGV CPDOC. Coluna Prestes. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/ColunaPrestes>.

PRESTES, Anita Leocádia. Luiz Carlos Prestes: um comunista brasileiro. Boitempo Editorial, 2017.

REIS, Daniel Aarão. Luís Carlos Prestes: um revolucionário entre dois mundos. Editora Companhia das Letras, 2014.

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